Brasil

05/09/2024 16:00h

Segundo o esquema de cobrança da Aneel, o acréscimo nas tarifas será de aproximadamente R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) comunicou o acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 1, em setembro, depois que o Operador Nacional do Sistema (ONS) fez uma correção de informações do Programa Mensal de Operação (PMO). Anteriormente, a Aneel havia anunciado a bandeira vermelha patamar 2 nas contas de energia elétrica deste mês. Com a correção, haverá um acréscimo de aproximadamente R$ 4,46, um pouco menor que o anunciado no final de agosto.

Por conta dessa alteração, a Aneel solicitou à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) uma avaliação das informações e o recálculo dos dados que indicaram o acionamento da bandeira vermelha patamar 1. Além disso, a diretoria da agência informou que serão instaurados processos de fiscalização para auditar os procedimentos dos agentes envolvidos na definição da PMO e cálculo das bandeiras.

A Aneel esclarece que a mudança da bandeira tarifária é válida desde 1° de setembro. Para as contas que já foram faturadas com o patamar 2, a devolução da diferença será feita até o segundo ciclo posterior à constatação do ajuste.

Bandeira vermelha

Segundo a Aneel, o aumento da tarifa de energia elétrica foi motivado pela previsão de chuvas abaixo da média nos reservatórios das hidrelétricas, o que provocou o acionamento das usinas termelétricas, que são mais caras para produzir energia.

Essa é a primeira vez desde agosto de 2021 que a bandeira vermelha patamar 2 é acionada. Desde então, houve uma sequência de bandeiras verdes, quando não há cobrança extra da fatura de energia elétrica. Apenas em julho deste ano os boletos vieram com bandeira amarela (R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos), seguido por bandeira verde novamente em agosto.

Segundo o professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Ivan Camargo, o esquema de bandeiras tarifárias permite que o consumidor saiba com antecedência quando a cobrança será mais cara.

“Antigamente, antes do uso da bandeira tarifária, o consumidor só saberia que a energia estava cara no ano seguinte, no reajuste da conta de luz. Hoje, temos um sinal instantâneo. A gente sabe que, nesse mês de setembro, teremos o custo da energia mais cara. É uma forma de indicar ao consumidor que, nesse período do ano, período historicamente seco, nós teremos uma energia mais cara devido ao uso das termoelétricas.”

Segundo a Aneel, antes do esquema de bandeiras, o repasse dos custos de acionamento das termelétricas na seca, por exemplo, era feito apenas no reajuste tarifário anual. Dessa forma, o brasileiro não sabia quando deveria diminuir o consumo.

Mas, para o professor Ivan Camargo, o uso consciente de energia elétrica deve ser feito o ano todo, independentemente da bandeira tarifária em vigência.

“Nós estamos passando por um período dificílimo. O pessoal chama de transição energética, os problemas climáticos que estamos sofrendo. Todo consumidor consciente tem que economizar energia porque a produção da energia elétrica, ou qualquer outra energia, produz efeitos climáticos e ambientais, de forma que o consumo tem que ser sempre consciente.”

Entre as principais recomendações para evitar o desperdício da energia elétrica estão: 

  • evite tomar banhos longos em chuveiro elétrico;
  • não deixe luzes acesas durante o dia ou em ambientes desocupados;
  • opte por comprar aparelhos com o selo de eficiência A do Inmetro e lâmpadas de LED, que são mais eficientes e gastam menos;
  • acumule roupas para lavar e passar de uma vez;
  • priorize a iluminação e ventilação natural, entre outras.

ONS recomenda uso de térmicas para compensar falta de chuvas no Norte

Energia elétrica mais barata em agosto: bandeira tarifária volta a ser verde

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03/09/2024 03:00h

Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo integram a lista de estados com cidades em emergência

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Pelo menos dez estados brasileiros têm cidades em situação de emergência reconhecida pelo governo federal por conta da estiagem prolongada e das queimadas. Em São Paulo, um decreto do governo federal reconheceu a emergência para 45 cidades por conta do fogo, que se estende para outras localidades.

Veja quais municípios tiveram a situação de emergência decretada

Com o decreto de emergência reconhecido pelo governo federal, os municípios têm, por exemplo, dispensa de licitação para contratações, o que pode ser necessário em situações de desastre climático. Além disso, as prefeituras podem pedir recursos federais para ações de defesa civil, como compra de cestas básicas, água, alimentação dos trabalhadores e voluntários, kits de limpeza de residência, entre outros. 

O especialista em orçamento, Cesar Lima, explica como funciona esse decreto.

“Os municípios podem adotar o RDC — Regime de Contratação Simplificada — que facilita as compras de equipamentos e materiais para reconstrução ou combate a incêndios, neste caso.” 

Como ter acesso aos recursos 

Os municípios em situação de emergência devem fazer a solicitação por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres — S2iD. Com base nas informações enviadas nos planos de trabalho, a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Quando aprovada, a portaria é publicada no Diário Oficial da União com o valor a ser liberado.

Apenas as cidades que tiveram a situação de emergência ou calamidade reconhecida pelo governo federal podem fazer o requerimento. 

Auxílios federais

Depois de decretada pelo município ou estado, a situação de emergência precisa ser reconhecida pelo governo federal — o que costuma demorar, em média, sete dias úteis.

Cesar Lima lembra ainda outros benefícios que podem ser acessados pelo cidadão em alguns casos de decreto de emergência ou calamidade.

“Em alguns casos, se a população foi muito afetada, é possível solicitar o saque de FGTS, adiantamento de Bolsa Família, entre outros. São vários benefícios que podem ser acessados, dependendo de cada caso, por conta do decreto de calamidade pública”, detalha Lima.

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31/08/2024 03:00h

São Paulo ainda é o município mais populoso, com 11,9 milhões de habitantes

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O Brasil tem hoje 212,6 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. A marca representa um aumento de 4,68% em relação à última atualização, feita em dezembro de 2023. A marca de cidade mais populosa do país continua com São Paulo — que hoje tem 11,9 milhões de pessoas. Seguida por Rio de Janeiro — 6,7 milhões — e Distrito federal — 2,9 milhões de habitantes. 

No outro extremo estão os menores municípios do país, que são: Serra da Saudade (MG) que tem 854 habitantes apenas. Anhanguera (GO) tem 921 e Birá (SP) 928 moradores. 

Falando de estados, São Paulo também lidera entre os mais populosos com 21,6% dos brasileiros. Minas Gerais tem 10% — 21,3 milhões de pessoas — e Rio de Janeiro 17,2 milhões, que representa 8,1% da população total do país. 

Já os menores estados do Brasil são Roraima — 0,3% da população — Amapá 0,4% e Acre também 0,4%.

O estudo é um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.
 

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29/08/2024 03:00h

Medida tem o objetivo de preservar os recursos hídricos da região e evitar problemas de abastecimento, mas pode provocar aumento nas contas de energia

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Com chuvas abaixo da média, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) anunciou a necessidade de adoção de medidas preventivas na região Norte do Brasil para evitar problemas de abastecimento no país. Para isso, o ONS recomendou o acionamento de termelétricas a gás natural, bem como a redução do uso de usinas hidrelétricas do Norte, a fim de preservar os recursos hídricos da região. 

Em nota, o ONS destacou que com as chuvas abaixo do esperado, existe menor disponibilidade de recursos hidráulicos, em especial, na região Norte. Segundo o Operador, a região possui contribuição fundamental para o atendimento à ponta de carga, ou seja, no período do dia em que a busca por energia elétrica é maior.

“Dessa forma, para os períodos do dia de maior consumo de carga, que acontece à noite, especialmente, para os meses de outubro e novembro, o cenário exige a adoção de medidas operativas adicionais e de caráter preventivo”, diz um trecho da nota do ONS. O Operador informa que as medidas foram apresentadas no início do mês de agosto ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). 

A engenheira eletricista e de segurança do trabalho, especialista em gestão pública e energia solar, Fabyola Resende, destaca que as medidas “indicam que os recursos hídricos nessa área estão em situação crítica”. Segundo ela, as chances de aumento na conta de energia são altas, já que o uso de termelétricas resulta em maiores custos de produção, o que deve ser repassado aos consumidores com bandeiras tarifárias, por exemplo. 

“Existe a possibilidade de aumento nas contas de energia. Há uma alta probabilidade, aliás, porque o uso das termelétricas implica em um custo de produção mais alto, e esse custo geralmente é repassado para os consumidores através de contas mais altas de energia”, afirma.

“O aumento na conta de energia é uma forma de cobrir os custos adicionais de relação e garantir o equilíbrio financeiro das distribuidoras de energia. Esse aumento pode ser implementado por meio de bandeiras tarifárias, como a bandeira vermelha, que indica um custo maior de geração de energia. Em cenários de prolongada escassez hídrica, esses aumentos podem se tornar significativos”, completa Fabyola.

Dependência, meio ambiente e saúde

A engenheira eletricista Fabyola Resende aponta que há uma dependência das condições climáticas do país para produção de energia. “Isso demonstra a dependência do Brasil das condições climáticas para a geração de energia, especialmente nas regiões onde as hidrelétricas são a principal fonte de energia.”, diz.

Porém, Fabyola menciona que a adoção da medida garante a segurança energética, para não faltar energia, e previne apagões e interrupção do abastecimento. "Essa é uma prática comum em situações de escassez hídrica. O Brasil tem um sistema interligado que permite o acionamento de diversas fontes de energia conforme a disponibilidade e necessidade. Essa é a vantagem da gente ter uma matriz energética bastante variável.”

A especialista destaca que, apesar de necessária, a medida do uso das termelétricas é menos sustentável, já que é mais poluente a longo prazo do que energia hidrelétrica. 

“As termoelétricas, especialmente as movidas a combustíveis fósseis, emitem mais gás de efeito estufa e poluentes locais do que as hidrelétricas. Isso pode contribuir para a pior da qualidade do ar e a longo prazo para mudanças climáticas, afetando a saúde pública e o meio ambiental”, pontua Fabyola.

Apesar das recomendações, o ONS afirmou, em nota, que não há problema de atendimento energético e que o Sistema Interligado Nacional (SIN) dispõe de recursos suficientes para atender à demanda dos brasileiros  por energia. O Operador reforçou, em nota, que a medida é preventiva e não há risco de desabastecimento de energia.

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21/08/2024 03:00h

Sintomas são parecidos com os da gripe, como coriza e tosse, mas podem evoluir para bronquiolite nos pequenos. Veja dicas de prevenção, além da vacina disponível apenas na rede privada

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No inverno há aumento de infecções respiratórias e a gripe, por exemplo, se torna comum. Porém, nesse período do ano, as infecções por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também ganham maior espaço e afetam, especialmente, idosos e crianças menores de dois anos. Os sintomas do VSR são parecidos com os de um resfriado, como coriza e tosse, mas podem evoluir para bronquiolite nos pequenos, já  que o vírus afeta principalmente os brônquios e os pulmões.

A infectologista da rede de laboratórios Alliança Saúde, Lorena Faro, de São Paulo (SP), explica que o vírus se assemelha ao de um resfriado e a infecção é essencialmente respiratória e pode acontecer em qualquer época do ano, mas com maior prevalência no inverno e no começo da primavera.

Lorena Faro destaca que o vírus é transmitido de pessoa a pessoa, por meio de gotículas (da tosse, espirro e fala) ou por algum objeto contaminado. Os sintomas do VSR podem ser coriza, mal-estar, febre e tosse. Em casos mais graves, pode haver falta de ar.

Segundo a infectologista, os sintomas podem aparecer três dias após a infecção até o sexto dia em que houve contato com o vírus. Ela salienta que, apesar da infecção por VSR apresentar sintomas inicialmente leves, é necessário que crianças e idosos tenham maior atenção para evitar agravamento da infecção.

“Na maioria das vezes esse vírus gera sintomas leves, muito parecidos com o resfriado comum, mas a pessoa normalmente se recupera em uma ou duas semanas. Entretanto, em alguns casos, é possível desenvolver um quadro mais grave, como a bronquiolite, fazendo com que o paciente necessite de uma internação prolongada, ou mesmo de uma internação na terapia intensiva. Então, muito cuidado nesses extremos de faixas etárias, principalmente nos recém-nascidos prematuros, abaixo de seis meses, e também idosos que têm alguma imunossupressão ou alguma patologia de base, como cardiopatia ou neuropatia”, afirma Faro.

O infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, elenca de que forma o diagnóstico é feito. “Os exames realizados são exames sorológicos e o PCR. O exame sorológico chamado ELISA, ou imunoflexência, é mais confiável em crianças pequenas, mais útil em crianças; já o PCR é mais indicado tanto para crianças mais velhas quanto para adultos, então isso é um dado importante. Mas o diagnóstico muitas vezes é geralmente baseado em sintomas e na epidemiologia."

Claudilson Bastos destaca, ainda, a importância do diagnóstico precoce da infecção. Segundo ele, a depender da gravidade do caso, se não diagnosticada de forma precoce e sem tratamento adequado, a infecção pode resultar em óbito do paciente.

“O diagnóstico precoce é assertivo, fundamental, importante para que a gente possa ter uma melhor evolução desses pacientes no caso. Esses pacientes, se não diagnosticados de forma precoce e não tratados de forma adequada, podem evoluir para uma infecção respiratória aguda bacteriana ou podem evoluir para uma síndrome respiratória aguda grave relacionada ao próprio vírus e isso pode levar a óbito”, ressalta Bastos.

VSR no Brasil

A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, menciona que o VSR é um vírus de transmissão respiratória, assim como a Influenza e a Covid-19. Mas que não era muito falado a respeito sobre o VSR porque o vírus não era monitorado. 

“Só alguns estados testavam os casos graves de síndrome respiratória aguda grave  (SRAG) para VSR e a partir de 2019 todos os estados passaram a testar os casos mais graves, os casos de SRAG, pro vírus respiratório. Então, foi a partir de 2019 que a gente começou a entender melhor o padrão de circulação desse vírus no país”, conta.

Tatiana Portella ressalta a importância das pessoas se atentarem à infecção pelo VSR, em especial, quando se trata de idosos de mais de 65 anos e crianças menores de dois anos.

“É importante que as pessoas se preocupem com ele, principalmente quem tem criança pequena. Geralmente pode causar quadros de bronquiolite, levar à pneumonia, precisar de internação. Então ele é um vírus que requer mais atenção, principalmente em crianças pequenas”, alerta Portella.

Em maio, o boletim InfoGripe, da Fiocruz, mostrou um aumento de Srag causada pelo VSR representando 58% do total de casos da síndrome registrados naquele período.

Prevenção

Os especialistas listaram algumas medidas de prevenção à infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Confira:

  • Usar máscara em locais fechados e em postos de saúde;
  • Em caso de sintomas gripais, ficar em casa (se não for possível, usar máscara);
  • Manter as mãos higienizadas e
  • Garantir a limpeza de superfícies. 

Outra forma de prevenção é a vacina Arexvy, disponível apenas na rede privada. A recomendação é em dose única para pessoas com 60 anos ou mais. Inclusive, a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS) recebeu quatro mil doses do imunizante em julho. As doses foram doadas pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK), em função das enchentes que atingiram o estado em maio. 
 

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19/08/2024 03:00h

Em comparação ao mesmo mês de 2023 há um crescimento de 8,8%. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, o patamar foi impulsionado pelo aumento nas vendas de soja, carnes e café

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As exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 15,44 bilhões em julho de 2024, um recorde histórico para o mês. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi registrado um crescimento de 8,8% em comparação ao mesmo mês do ano passado. 

Exportações de cobre e níquel ultrapassam 100 mil t no semestre

De acordo com o Mapa, os principais setores que contribuíram para esse patamar foram o complexo de soja, carnes e café, bem como complexo sucroalcooleiro e produtos florestais que, juntos, representaram 82,5% das exportações do agronegócio no mês de julho.

As exportações de soja em grãos para a China ganham destaque no somatório, dando continuidade ao posto de maior mercado para o produto brasileiro. As exportações de carnes também tiveram crescimento expressivo de 19,2%, com ênfase na carne bovina e suína. 

A China também se destacou como o principal destino da carne bovina brasileira, responsável por mais da metade do volume exportado, seguida pelos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Filipinas. As exportações de carne bovina em julho de 2024 atingiram US$ 1,14 bilhão, com 265,7 mil toneladas exportadas – um recorde, com crescimento de 43,9% em comparação a julho de 2023. 

No acumulado de janeiro a julho de 2024, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 97,80 bilhões, outro recorde histórico para o período.

Já as importações de produtos agropecuários também registraram um crescimento expressivo no último mês, de 25,4%, alcançando US$ 1,74 bilhão. Houve, ainda, aumento de importações de insumos para o agronegócio, como fertilizantes e de nutrição animal.
 

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11/08/2024 03:00h

A retomada está marcada para a partir do dia 21 de outubro e com 70% da capacidade com voos comerciais. A venda de passagens está autorizada desde sexta-feira, 9 de agosto.

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O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), retomará os voos comerciais a partir do dia 21 de outubro. A venda de passagens está autorizada desde sexta-feira, 9 de agosto. E, de acordo com o governo federal, serão 128 voos diários (pousos e decolagens), o que equivale a mais de 3 mil voos por mês. As aeronaves irão operar das 8h às 22h.

Segundo o governo, as pistas de táxi e pátio de aeronaves também estão incluídos no processo de retomada do aeroporto. 

A recuperação do aeroporto inclui a pista de pouso e decolagem, que possui 1,3 mil metros de extensão, e 20 mil metros quadrados do pátio, onde as aeronaves ficam estacionadas. 

Outras ações previstas são a preparação do pavimento para receber recapeamento ou reconstrução em pavimento flexível. A medida ocorre para que, em dezembro, a recuperação  seja concluída completamente e o aeroporto possa voltar a operar normalmente..

O terminal aéreo havia sido fechado no dia 3 de maio em função das enchentes no Rio Grande do Sul.

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10/08/2024 03:00h

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a projeção de vendas para o Dia dos Pais de 2024 deve alcançar R$ 7,7 bilhões. Se confirmado, o montante representará avanço de 4,7% em relação à data de 2023, já descontada a inflação. Especialista dá dicas de como não cair em golpes

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O Dia dos Pais, comemorado no domingo, 11 de agosto, deve alcançar R$ 7,7 bilhões em vendas neste ano, de acordo com projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmada, o montante representará avanço de 4,7% em relação à data de 2023, já descontada a inflação. 

Tendo em vista a movimentação do comércio com a busca dos filhos pelo presente para os pais, a advogada e especialista em direito do consumidor, Giulia Mayrink, destaca que, para não cair em golpes na internet, é necessário ter certeza da confiabilidade do site de compras. Ela alerta para a impossibilidade do rastreamento do pagamento via pix em casos de lojas falsas.

“Ou seja, se de fato é o site correspondente à loja, se é um site oficial, se for uma compra através de rede social, verificar se é a conta oficial da loja, porque eventualmente, sendo realizado o pagamento via Pix, por exemplo, ele não é rastreável, então não tem um estorno. Se eventualmente a compra foi feita por cartão de crédito e, posteriormente a isso, o consumidor se depare com a fraude, ele pode requerer a contestação da compra junto ao seu cartão de crédito, buscando assim um eventual estorno”, destaca Giulia.

A especialista indica que, nas compras em lojas físicas, o consumidor deve ficar atento ao valor que aparece na maquininha para evitar pagar a mais.

Giulia Mayrink esclarece que a melhor forma de economizar e evitar prejuízos é ficar atento. “Se, eventualmente, o consumidor realizar uma compra através de um site ou de uma rede social que não seja confiável, pode ser que esse valor não seja devolvido e que acabe caindo num prejuízo financeiro de fato. A forma mais fácil de economizar, na verdade, é evitando cair nesse tipo de prejuízo decorrente de fraude.”

Trocas 

Em relação às trocas dos produtos, Giulia Mayrink explica que esse procedimento depende do regulamento de cada loja e o consumidor deve se atualizar sobre a política adotada pelos estabelecimentos.

“A princípio, aqui no Brasil, nós temos essa cultura do direito de troca em 30 dias, mas é puramente cultural. Não existe nenhuma previsão no Código de Defesa do Consumidor de que o estabelecimento comercial tenha que realizar trocas no prazo de 30 dias por conta de erro de tamanho ou por gosto”, diz.

Porém, a especialista destaca que no Código de Defesa do Consumidor há a garantia do direito de eventual troca em casos de defeito de fabricação. “Assim estamos falando de um vício no produto e, portanto, gera o direito à troca. Mas, se a loja te conceder o direito de troca em 30 dias, atenha-se a esse prazo. Passando dele, já que o regulamento da loja é restrito, não vai ter como o consumidor realizar a troca”, alerta Giulia Mayrink.

Já para trocar produtos comprados via internet, a utilização do direito de troca está atrelada ao direito ao arrependimento. O consumidor tem um prazo de sete dias corridos para contestar a compra e devolver o produto. “Dentro desse prazo, o consumidor pode realizar a devolução com o estorno integral do valor, ou eventualmente combinar com o estabelecimento para que enviem um novo produto e ele então devolva o que ele recebeu, se for um caso de defeito.”
 

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06/08/2024 03:00h

Programas e estratégias de estímulo ao desenvolvimento, assim como garantias estatais e empréstimos, fazem parte dos mecanismos para o avanço industrial

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As principais economias do mundo tiveram, em 2023, 71% dos mecanismos de incentivo à indústria. A conclusão é da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e foi divulgada pela Nota Econômica 35. Os subsídios à produção doméstica, como medidas de estabilização de preços, garantias estatais e empréstimos, fazem parte desses mecanismos, que são fundamentais para o avanço industrial de uma nação.

O professor de economia da FAAP de São Paulo, Sillas Sousa, entende que a indústria é a mola propulsora do crescimento econômico de uma nação. “Nas últimas três ou quatro décadas, os países que mais cresceram e se desenvolveram no mundo são justamente aqueles onde a indústria tem sido o motor desse processo, ou seja, o carro chefe da economia”, e as políticas econômicas são fundamentais nesse processo, avalia. 

De acordo com o estudo da CNI, desde 2019 esses incentivos chegam a US$ 12 trilhões em países como China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, União Europeia e Alemanha. Valores aplicados em planos, programas e estratégias de estímulo ao desenvolvimento de soluções verdes, inovação, aumento das exportações e ganhos de produtividade.

De olho na China

Com uma capacidade industrial 25 vezes maior que a do Brasil, a China se tornou a maior potência industrial do mundo. A produção da gigante asiática também supera Estados Unidos e Europa juntos. A forma com que os outros países encontraram de enfrentar essa concorrência foi aplicando políticas industriais, conforme revela o último relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI). 

Segundo o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi, a indústria mundial vive um novo momento. “O momento da transição ecológica e de uma nova revolução industrial. Os países estão entendendo que se não fizerem aposta no setor que reconfigura a economia do futuro, vão perder a liderança econômica.” 

Onde o Brasil entra 

Segundo Lucchesi, o Brasil está empobrecendo com a desindustrialização precoce que vive hoje. “Nós precisamos reagir ao que está acontecendo”, avalia. O diretor entende que a vantagem competitiva do agro existe, mas é insuficiente para carregar uma nação de mais de 200 milhões de habitantes. 

“O Brasil é uma sociedade sofisticada, que tem empresários e uma indústria sofisticada, mas precisamos melhorar os instrumentos de apoio. Só para se ter uma ideia, a indústria participa com 25% do PIB nacional e paga 38% da carga tributária. Enquanto a agricultura e pecuária que participam com 7,1% do PIB nacional pagam 0,8%” complementa Lucchesi.  

O diretor da CNI ainda avalia que temos um grande potencial na geração de energia verde, equiparando a produção dessa matriz à Arabia Saudita na produção do petróleo. Mas muito investimento será necessário para alcançarmos esse patamar.

Polo de Camaçari 

Um exemplo de que o investimento é capaz de mudar o cenário de toda uma região vem da Bahia, do Polo Industrial de Camaçari. Em atividade desde 1978, o polo é o primeiro complexo petroquímico planejado do Brasil e conta com mais de 90 empresas. Os ramos de atividade vão desde químicas e petroquímicas até têxteis e energia eólica. 

Entre as políticas de incentivo, destaque para a isenção de ICMS, redução de ISS, PIS e COFINS. As empresas instaladas na região, que fica a 50 quilômetros de Salvador, ainda têm redução de tarifas portuárias e créditos fiscais para projetos de pesquisa e desenvolvimento.

Os benefícios refletem na atração de novos empreendimentos para o estado, graças a um  novo ciclo de expansão que gera mais oportunidades de emprego e renda para o Nordeste.

Incentivo à indústria: mecanismos mais comuns em 2023 

  • Subsídio à produção doméstica: reembolsos fiscais, subsídios diretos, empréstimos ou garantias estatais, medidas de estabilização de preços
  • Barreiras à exportação: proibições à exportação, imposição de tarifas, cotas, licenças de exportação e outras barreiras comerciais que dificultem o comércio com mercados externos
  • Subsídio à exportação: incentivos à exportação baseados em impostos, unidades exportadas, financiamento comercial e outras formas de financiamento à exportação
  • Investimento Direto Externo: imposição de requisitos para entrada e propriedade em mercados, bem como decisões de triagem de investimento direto externo
  • Barreira à importação: proibições a importações, tarifas, cotas, licenciamento de importação e outras barreiras comerciais relacionadas à importação
  • Estratégias de localização: incentivos ou requisitos para a localização da produção em determinada circunscrição, bem como medidas de compras públicas que exigem contrapartidas de conteúdo produzido localmente 
  • Compras públicas: políticas de contratações públicas que mudam práticas ou legislações de modo a favorecer fornecedores locais
     
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04/08/2024 00:05h

Consumo de bens duráveis e de consumo imediato contribuíram para resultado

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Depois de reduzir 0,9% em abril e maio, a indústria brasileira se recuperou e fechou o mês de junho em forte alta de 4,1%, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números mostram o resultado mais expressivo desde julho de 2020 — quando o país cresceu 9,1%.

O resultado positivo veio depois de duas baixas consecutivas. E o avanço é sinal de recuperação com índices acima do esperado pelo consenso de mercado — que apontava para um crescimento próximo a 2,4%, como avalia o economista César Bergo. 

“Foi muito importante esse crescimento, porque acaba revertendo as expectativas negativas com relação a esse setor que estava devendo durante o ano. Começou  muito fraco com as atividades industriais, mas agora ela toma um bom rumo, sobretudo no setor de consumo de bens duráveis e também de consumo imediato", avalia Bergo.

Na comparação com o mesmo mês de 2023, a indústria avançou 3,2%. Naquele ano, o mês de maio registrou queda de 1,1% após forte alta de 8,4% em abril. No acumulado do primeiro semestre de 2024 houve crescimento de 2,6%. E nos últimos 12 meses, a produção da indústria nacional acumula avanço de 1,5%.

Atividades que influenciaram 

Entre as principais influências positivas estão os produtos químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis.

  • Produtos derivados do petróleo e biocombustíveis: 4,0%
  • Produtos químicos: 6,5%
  • Produtos alimentícios: 2,7%
  • Indústrias extrativas: 2,5%
  • Metalurgia: 5,0%
  • Veículos automotores, reboques e carrocerias: 3,1%
  • Bebidas: 3,5%
  • Máquinas e equipamentos: 2,4%

As principais quedas estiveram presentes entre nove atividades, entre elas:

  • Equipamentos de transporte: -5,5%
  • Artefatos de couro, artigos para viagem e calçados: -4,1%
  • Impressão e reprodução de gravações: -9,1%
  • Confecção de artigos do vestuário e acessórios: -2,7%

Aumento em relação ao período pré-pandemia

Os resultados de junho fazem com que a produção industrial ultrapasse o patamar pré-pandemia — ficando 2,8% acima de fevereiro de 2020. São números importantes para o desenvolvimento de um país, já que, como avalia o professor de economia da FAAP-SP, Sillas Sousa, a indústria é um termômetro do desenvolvimento de uma nação. 

“Riqueza e prosperidade econômica, salvo raríssimas exceções, têm a ver com indústria. É na indústria que a gente tem investimentos de longuíssimo prazo, os empregos são muito melhores, a renda é muito mais alta, a tecnologia intensiva é muito mais generalizada.”

Na avaliação do economista César Bergo, o resultado positivo influencia no incremento do crescimento econômico do país, que deve chegar a 2%. “Isso faz com que o segundo semestre seja ajudado por esse crescimento industrial, para que a gente possa conseguir atingir essa meta de 2% de crescimento, juntamente com o setor de serviços — que está muito positivo.” 

Mas o professor Sillas Souza pondera que esse crescimento atingido ainda não é suficiente para colocar o Brasil novamente no rumo do crescimento industrial. “Para que isso aconteça é necessário que haja uma política industrial consistente e bem pensada.”

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