Os portos brasileiros bateram um novo recorde nos cinco primeiros meses de 2025, com a movimentação de 532 milhões de toneladas de carga - a maior registrada na história. Segundo dados do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o volume representa um crescimento de 0,8% em relação ao mesmo período de 2024 — que até então detinha o maior índice já registrado.
O ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, comemorou o recorde. Na avaliação dele, o resultado positivo reflete o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Governo Federal.
“O crescimento da movimentação nos portos é reflexo das políticas públicas e do crescimento da economia. Temos adotado medidas para ampliar ainda mais a capacidade de nossos portos e descentralizar a movimentação, promovendo o desenvolvimento socioeconômico em todas as regiões do país”, disse.
Para o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, o crescimento da movimentação de cargas nos portos do país está relacionado também ao aumento da produção agropecuária brasileira neste período do ano. "Com toda certeza, podemos atribuir significativa parte desse aumento ao agronegócio brasileiro. Nós viemos ano após ano apresentando safras recordes e esse ano não é diferente, as expectativas são muito boas. Nós já estamos com uma movimentação excelente e devemos ainda, agora no segundo semestre, ter um aumento ainda maior na movimentação de cargas, em especial, nas movimentações de produtos dos nossos cereais do nosso agronegócio”, destacou Ávila.
Conforme os dados da Antaq, houve recorde de movimentação de carga pelo terceiro mês consecutivo. Em maio, foram 118,4 milhões de toneladas movimentadas – sendo o melhor número da história para o mês e 7% superior ao mesmo período de 2024.
Entre os portos públicos, o destaque foi o crescimento da movimentação no Porto de Rio Grande (RS), com crescimento de 47% no volume de carga. O que explica este cenário é a diminuição das operações de 2024, provocada pelas fortes chuvas que impactaram o estado gaúcho em maio.
Também foi registrado o aumento do transporte de contêineres pelos portos brasileiros. Ao longo de todo o ano passado, a carga conteinerizada ultrapassou em 20% a movimentação do ano anterior. Os resultados dos cinco primeiros meses de 2025 já representam avanço de 7% em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), os recordes constantes na movimentação de carga estão sendo acompanhados por outras medidas que ampliam a capacidade dos portos brasileiros.
Para 2025, há previsão do leilão do terminal de contêineres do Porto de Santos — Tecon Santos 10 — que irá ampliar em 50% a capacidade do maior porto do país.
Em setembro, será realizado o leilão para concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá – considerado um modelo inédito no país. A medida também está prevista para outros quatro portos, sendo: Itajaí, Santos, Bahia e Rio Grande. De acordo com a pasta, as inovações trarão maior eficiência à movimentação de navios e cargas, permitindo inclusive a chegada de embarcações de maior porte.
Aportes beneficiam cinco regiões e visam impulsionar logística e economia local
Junto com o setor produtivo, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciou o aporte de R$ 4,72 bilhões para implantação e ampliação de 9 terminais em 6 estados brasileiros. Os investimentos visam alavancar o escoamento da produção do país via Amapá, Pará, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A assinatura das autorizações dos Terminais de Uso Privado aconteceu nesta quarta-feira (9), em Brasília.
Dos nove projetos contemplados, cinco referem-se à criação de novos terminais e quarto à expansão de estruturas já existentes. Vão receber investimentos terminais dos municípios de Itaituba e Barcarena/PA, Santana/AP, Cáceres/MT, Santos/SP, São João da Barra/RJ e Rio Grande/RS.
Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os investimentos estão direcionados a regiões estratégicas do Brasil e, entre outros objetivos, buscam alinhar o setor portuário ao crescimento do agronegócio. O ministro citou os recordes anuais consecutivos da balança do agro, que impulsiona as exportações.
“São mais de R$ 80 bilhões em dois anos de saldo na balança comercial. E o Brasil tem um potencial ainda maior, porque Ásia, Europa e América do Sul estão, cada vez mais, procurando o Brasil. E, para isso, a gente precisa estar com portos estruturados e de maneira descentralizada. Estamos fazendo esse dever de casa no dia de hoje: ampliando as operações portuárias no agronegócio”, afirmou Costa Filho.
Segundo o MPor, as empresas responsáveis já podem iniciar as obras. A expectativa é que os empreendimentos gerem mais de 10 mil empregos diretos e indiretos nas fases de construção e operação. A previsão é que os primeiros canteiros de obras sejam montados ainda no segundo semestre de 2025, com operações começando progressivamente a partir de 2026.
Região Norte
Do valor total, o maior montante está destinado ao estado do Pará, com R$ 2,71 bilhões, divididos em quatro empreendimentos. Dois terminais de uso privado do município de Barcarena vão receber aportes de R$ 2,37 bilhões e de R$ 261 milhões. Já Itaituba vai contar com duas novas instalações voltadas à ampliação da capacidade de movimentação de granéis sólidos: uma com aporte de R$ 68,1 milhões e outra de R$ 13 milhões.
Também no Norte, o Amapá vai receber R$ 377 milhões para modernização do terminal portuário na cidade de Santana, que atenderá a demanda por granéis líquidos e sólidos.
Região Centro-Oeste
Em Mato Grosso, o município de Cáceres terá investimento de R$ 15,8 milhões para aprimorar a infraestrutura de um porto voltado ao escoamento de granéis sólidos.
Região Sudeste
No Rio de Janeiro, o terminal de São João da Barra vai contar com R$ 275,3 milhões para a ampliação da capacidade de movimentação de granéis líquidos.
Em São Paulo, o terminal de Santos será modernizado com R$ 1,24 bilhão voltado à melhoria da estrutura para o transporte de passageiros. O valor total para a região é de R$ 1,52 bilhão.
Região Sul
No Rio Grande do Sul, o município de Rio Grande vai receber R$ 93 milhões para ampliar a capacidade operacional no transporte de granéis líquidos e sólidos.
Balanço
Em 2024, os portos brasileiros privados movimentaram 846,9 milhões de toneladas de cargas, impulsionados principalmente pelo transporte de minério de ferro, petróleo e seus derivados, além de grãos, com destaque para a soja. O setor segue em trajetória de crescimento: apenas entre janeiro e maio de 2025, os terminais privados movimentaram 341,4 milhões de toneladas, um avanço de 1% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 337,8 milhões de toneladas.
Em maio deste ano, o desempenho foi ainda mais expressivo: as movimentações portuárias saltaram 8%, chegando a 76,1 milhões de toneladas, frente aos 70,4 milhões registrados em maio de 2024. O minério de ferro, o petróleo e seus derivados, além da soja, seguem como os principais motores desse crescimento.
O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, anunciou o início do processo de licitação do canal de acesso ao Porto de Santos (SP), considerado o maior do país. Os investimentos previstos chegam a R$ 6,45 bilhões. A previsão é que o leilão ocorra ainda neste ano.
O ato autorizando a abertura do processo de concessão foi enviado na última quinta-feira (3) pelo Ministério dos Portos e Aeroportos à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), para a realização da consulta e audiência pública.
Para o ministro Costa Filho, o projeto amplia a capacidade de movimentação portuária e aumenta a eficiência do porto.
“Esse projeto vai ampliar a eficiência e a capacidade de operação portuária, permitindo o acesso de navios ainda maiores ao Porto de Santos e uma operação mais sustentável”, afirma o ministro, lembrando que o Ministério de Portos está desenvolvendo outros projetos – como o Tecon Santos 10 e o Túnel Santos-Guarujá – que devem ser licitados ainda este ano.
O leilão do canal de acesso de Santos deverá seguir o modelo definido para o canal do Porto de Paranaguá, que já foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) – cujo leilão está previsto para 2025. Os valores do projeto são referentes a investimentos e custos operacionais das atividades.
A expectativa do Ministério, conforme o Secretário Nacional de Portos do ministério, Alex Ávila, é de que a modelagem atraia investidores e gere competição nos leilões.
Além de Santos e Paranaguá, há previsão de leilões dos canais do Porto de Itajaí (SC) e dos portos da Bahia e do Rio Grande. “Com a dragagem do canal, vamos elevar a capacidade do porto para receber navios de maior porte e ampliar a movimentação de cargas. O calado será ampliado gradualmente de 15 metros de profundidade para 17 metros”, diz o secretário.
De acordo com o ministério, além de ampliar o acesso a navios de grande porte, a concessão deve fomentar o desenvolvimento da região – refletindo na economia local e nacional e na geração de emprego e renda.
O Porto de Santos é o maior porto brasileiro em valores de carga movimentadas, responsável por cerca de 25% do comércio exterior brasileiro. Em 2024, movimentou 138,7 milhões de toneladas.
O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM) aprovou a priorização de 18 projetos no FMM que representam mais de R$ 7,5 bilhões, que podem ser financiados pelos bancos públicos credenciados – segundo o diretor de navegação e fomento da Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação, Otto Burlier.
Entre as principais propostas, está a construção do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, no Paraná, prevista para ocorrer em agosto na B3 – que reserva R$ 1,089 bilhão no FMM relacionados aos investimentos necessários para a concessão.
Otto Burlier pontua que a priorização do projeto no Porto de Paranaguá é relevante para estimular investimentos. “É uma oportunidade para atrair interessados e investidores para a realização dessa concessão.”
O Conselho aprovou, ainda, outros 17 projetos, no valor total de R$ 5,3 bilhões. “São recursos para a construção, reparo e modernização de 70 embarcações. Desde 2023, já foram priorizados quase R$ 70 bilhões, valor três vezes maior do que o definido entre 2019 e 2022, o que mostra a importância que este governo está dando à retomada da indústria naval brasileira”, ressalta o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho.
Entre as propostas aprovadas, a maior, na ordem de R$ 2,5 bilhões, prevê a construção de quatro embarcações de apoio marítimo do tipo RSV (ROV Support Vessel). As infraestruturas são especializadas em operações com equipamentos submarinos.
“A gente destaca a construção de quatro embarcações de apoio marítimo, que são essenciais, são importantes para o desenvolvimento da nossa indústria do apoio marítimo”, aponta Otto Burlier.
Burlier destaca a importância do FMM para o setor. “O FMM tem sido fundamental para viabilizar a política pública de desenvolvimento da nossa indústria naval e para estimular investimentos, inclusive em obras de infraestrutura portuária”, diz.
A priorização dos recursos para o canal de acesso do Porto de Paranaguá foi solicitada pelo secretário Nacional de Portos, Alex Ávila. Para ele, a aprovação do projeto deve atrair participantes.
“Criamos uma solução que estimula a concorrência, porque os possíveis investidores passam a considerar nos seus cálculos, antes mesmo do pregão, que terão taxas e condições especiais de financiamento caso vençam o leilão”, menciona.
Com a aprovação do pedido realizado pela Secretaria Nacional de Portos, caberá ao futuro concessionário do canal de acesso decidir se utiliza ou não o montante disponibilizado pelo FMM. A medida poderá ser realizada a partir da reapresentação da solicitação ao Conselho Diretor com o projeto que será executado e com os detalhes do orçamento.
Segundo Alex Ávila, o modelo empregado para a concessão do canal de acesso de Paranaguá – pioneiro de um porto brasileiro –, servirá de modelo para outros leilões que serão realizados ainda em 2025, como o do Porto de Santos (SP), Porto de Itajaí (SC) e Porto da Bahia
“A concessão dos canais de acesso dá previsibilidade ao setor produtivo, sobretudo na rota do desenvolvimento do setor portuário brasileiro”, completa Ávila.
De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), a concessão implicará em ainda mais eficiência à operação portuária.
O calado do canal será ampliado de 13,5 metros para 15,5 metros de profundidade. Dessa maneira, a capacidade do porto em receber navios de maior porte será ampliada – além de aumentar ainda, a movimentação de cargas. Inclusive, cada centímetro a mais no calado do canal de acesso representa um aumento de 60 toneladas de carga no porão do navio.
Paranaguá recebe 2,6 mil navios por ano, com destaque para granéis sólidos, como soja e proteína animal.
Lançada em 2025, a nova Política de Sustentabilidade do Governo Federal busca transformar terminais portuários e aeroviários com foco em inclusão social, transparência e práticas que reduzam os impactos ambientais. No setor público, foi criada uma agenda anual com projetos e ajustes regulatórios. Já no setor privado, as mudanças nos terminais serão conduzidas por meio do Pacto pela Sustentabilidade, lançado recentemente pelo Ministério de Portos e Aeroportos.
Nesse contexto, o Banco da Amazônia atua com a oferta de um financiamento que pode ajudar no cumprimento das medidas estabelecidas. É a linha FNO - Amazônia Infraestrutura Verde, voltada para projetos que conectam infraestrutura à sustentabilidade. A linha contempla os portos e aeroportos.
O gerente executivo de Pessoa Jurídica e Relacionamento com Bancos da instituição, Luiz Lourenço de Souza Neto, explica que esse tipo de financiamento tem o propósito de promover o desenvolvimento econômico da região, com o apoio de outras empresas, inclusive internacionais.
“Existem outras instituições financeiras, outros mecanismos que apoiam também esses projetos, dada a importância e o tamanho deles para onde são implantados. Então, falando a respeito apenas do banco, se a gente for olhar o que a gente tem de expectativa para os próximos quatro anos, a gente com certeza deve superar a casa de R$ 10 bilhões aplicados em infraestrutura na Amazônia”, pontua.
Entre as companhias contempladas com essa iniciativa está a VINCI Airports – concessionária responsável por sete aeroportos na Região Norte. Nesse caso específico, o financiamento do Banco da Amazônia foi de R$ 750 milhões. Os recursos serão investidos pela empresa em um projeto de infraestrutura aeroportuária que visa promover melhorias para os usuários, ao passo que também incorpora práticas sustentáveis.
De maneira geral, a companhia trabalha com a meta de reduzir pela metade a emissão de gases de efeito estufa até 2030. Até 2050, a empresa pretende zerar essa emissão. Atualmente, a VINCI Airports atua junto aos terminais de Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre; Boa Vista, em Roraima; Porto Velho, em Rondônia; além de Manaus, Tabatinga e Tefé, no Amazonas.
Entre as áreas apoiadas, também se destaca a infraestrutura para água e esgoto; geração de energia elétrica de fontes renováveis; sistema de telefonia fixa ou móvel e banda larga em comunidades, além das seguintes:
Outro projeto que contou com o apoio dessa linha foi desenvolvido na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) - campus Capitão Poço (PA). Trata-se de uma fossa ecológica denominada Bacia de Evapotranspiração (BET). O sistema é uma alternativa eficiente para tratamento do esgoto, que funciona de forma independente da rede pública.
Dentro do tanque, ocorre um processo de decomposição, chamado de fermentação, realizado pelas bactérias. Esse processo é a quebra ou a degradação do esgoto, essencial para o funcionamento do sistema e para que o esgoto chegue nas camadas superiores de forma mais limpa.
Segundo a professora Thaisa Pegoraro, coordenadora do projeto, essa parceria com a instituição financeira foi essencial para a elaboração dessa iniciativa.
“O recurso que vem para a universidade, infelizmente, não é suficiente para atender a infraestrutura destinada a projetos de pesquisa e extensão. Então, é por este motivo que a parceria com o banco é realmente essencial e nós também somos muito gratos a isso”, afirma.
Uma das estruturas foi instalada na escola Humberto Fernandes, no município de Garrafão do Norte (PA), para atender cerca de 60 alunos. Até então, a unidade escolar contava com uma fossa rudimentar.
Quanto à linha FNO - Amazônia Infraestrutura Verde, é levada em conta a taxa de juros dos fundos constitucionais (TFC), diferenciada por setor, porte e finalidade. O prazo definido é de até 34 anos, com carência de até 08 anos. Esse modelo de financiamento é disponibilizado para empresas de todos os portes, com exceção de microempreendedor individual (MEI).
Apenas em abril 2025, os portos da Região Nordeste do Brasil movimentaram 7,5 milhões de toneladas de cargas. O volume representou um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
O secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, afirma que os resultados alcançados refletem o trabalho coletivo e os projetos consolidados no setor. “O crescimento observado na movimentação de produtos nos principais terminais portuários do Nordeste aponta que o planejamento do Governo Federal para a retomada do modal e da economia do país tem sido muito bem executado. Os investimentos realizados nos últimos dois anos têm contribuído para o desenvolvimento do nosso setor e, como resultado, têm elevado os indicadores econômicos das cidades da região.”
De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), o Porto de Itaqui (MA) é consolidado como um ponto estratégico para o escoamento de soja de toda a região Nordeste. Considerando o papel relevante, o porto maranhense foi responsável por toda a movimentação da commodity no mês abril – respondendo por 3,3 milhões de toneladas, alta de 12,4% em relação a abril de 2024.
O Porto de Itaqui é uma das principais portas de saída para exportações de grãos, combustíveis e minérios produzidos no Centro-Oeste, além do Nordeste do país.
No ranking regional, o Porto de Suape (PE) ocupou o segundo lugar, com movimentação portuária de 1,8 milhão de toneladas no mês – o que equivale a quase 50% das cargas movimentadas pelo Porto de Itaqui.
Com relação ao volume de carga, a soja alcançou o maior patamar, com 2 milhões de toneladas – o que equivale um crescimento de 15,4% em relação a abril de 2024.
A movimentação de contêineres também apresentou avanço de 9,2%, com 1,1 milhão de toneladas – considerando todos os portos organizados da região. Já os fertilizantes aumentaram 39,2%, com 600 mil toneladas.
O estado do Rio Grande do Norte responde por 95% da produção de sal em todo o país – insumo essencial para a economia potiguar. Com isso, em abril, o Porto de Areia Branca, principal polo de escoamento da produção do estado, movimentou 376 mil toneladas do produto. O montante corresponde a 56,9% a mais que em abril de 2024.
O valor representa toda a carga de sal movimentada na região Nordeste. Além disso, Areia Branca também atingiu o maior crescimento percentual de movimentação de cargas da região – foram 436 mil toneladas. O volume representou alta de 82,3% frente ao mesmo mês do ano passado.
No primeiro quadrimestre de 2025, os portos da Região Sul do Brasil movimentaram 39,9 milhões de toneladas de cargas. Esse foi o maior volume já registrado na série histórica, desde 2015. O montante representa um avanço de 7,35% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), o resultado demonstra a capacidade de crescimento do setor.
Em 2024, no mesmo período, o movimento dos portos na região somou 37,2 milhões de toneladas. Conforme a pasta, nos últimos 11 anos, mais de 324 milhões de toneladas foram movimentadas na região.
O secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, explica os motivos do aumento da movimentação portuária na região. "O crescimento é fruto de investimentos estratégicos, gestão eficiente e da capacidade do Sul de responder com agilidade às demandas do comércio exterior. O objetivo é ampliar a competitividade dos nossos portos e garantir que essa expansão se mantenha de forma sustentável e contínua.”
Com mais 20,7 milhões de toneladas movimentadas entre janeiro e abril, o Porto de Paranaguá (PR) lidera – já que escoou e recebeu mais da metade do total alcançado em toda a região. Segundo o MPor, o porto paranaense se consolida como um dos principais corredores logísticos do país.
Entre as atuações expressivas na área costeira, está a exportação de grãos, a movimentação de contêineres e a importação de fertilizantes, além de ser referência no escoamento de produtos como soja e farelo de soja.
Confira o ranking da movimentação de cargas na região:
Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul compõem a Região Sul, definida pelo MPor como um polo estratégico para a economia e a logística do país.
Os portos localizados nos três estados têm papel fundamental para escoar produções agrícolas e industriais. Além disso, por meio deles, o país também recebe mercadorias importadas.
O potencial dos portos do Sul está diretamente ligado ao agronegócio e à movimentação de cargas variadas, que servem de motor para as economias local e nacional.
Entre os produtos que lideraram o ranking de movimentação portuária no primeiro quadrimestre deste ano, os contêineres aparecem em primeiro lugar, com 9,6 milhões de toneladas – representando um crescimento de 23,04%.
Já a soja ocupou o segundo lugar, com 8,8 milhões de toneladas. Em seguida aparecem os adubos, com 5,4 milhões, e resíduos da extração de óleo de soja e milho, 2,4 milhões e 2,2 milhões, respectivamente.
Outro segmento que demonstrou crescimento foi a carga geral, com um montante de 4,5 milhões de toneladas – o que representa uma alta de 22,78% em relação a 2024.
Já em relação ao transporte de cargas, a Região Sul atingiu 37,7 milhões de toneladas nos primeiros quatro meses de 2025 – levando em conta as modalidades de longo curso, cabotagem e navegação interior.
O transporte de longo curso somou 34,4 milhões de toneladas, registrando alta de 9,20% comparado ao mesmo período de 2024. O desempenho positivo foi puxado principalmente pelas operações de comércio exterior: as importações cresceram 12,41%; por sua vez, as exportações aumentaram 7,68%.
Com vistas a sustentar o ritmo de crescimento da logística portuária, o MPor confirmou o segundo bloco de leilões portuários para 2025, com previsão de R$ 1,03 bilhão de recursos a serem investidos.
O certame inclui quatro terminais, como o POA26, localizado na Poligonal do Porto Organizado de Porto Alegre (RS), e deve ser realizado em julho deste ano, após a aprovação dos estudos e a deliberação e publicação do edital pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Os portos públicos de Rondônia e do Amapá registraram um aumento de 8% e 35%, respectivamente, na movimentação de cargas no mês de abril, em relação ao mesmo período do ano passado. Os resultados foram puxados, principalmente, pelo escoamento de grãos, como a soja, por exemplo.
Os dados foram divulgados no Painel Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Em relação ao estado amapaense, o Terminal Portuário de Santana teve como destaque granéis sólidos, com 382 mil toneladas movimentadas, ou seja, um salto de 43,06%.
Desse volume, 254 mil toneladas foram de soja e outras 36 mil toneladas de resíduos da extração do grão. No mesmo mês do ano passado, o terminal havia movimentado 283 mil toneladas, no total.
Movimentação portuária cresce quase 7% na Região Norte em março de 2025
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No terminal de Porto Velho, em Rondônia, foram movimentadas 253 mil toneladas em abril. Entre os produtos embarcados, a soja liderou com 237 mil toneladas, um salto de cerca de 10%. Em abril do ano anterior, foram movimentadas 235 mil toneladas. Desse total, 216 mil foram de soja.
O secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor), Alex Ávila, afirma que os números refletem o papel estratégico do Norte do país como alternativa aos tradicionais corredores de exportação de outras regiões, como Sul e Sudeste.
“O fortalecimento dos portos do Amapá e Rondônia representa mais do que um avanço econômico regional, é um passo decisivo na consolidação de uma logística nacional mais integrada, eficiente e sustentável, alinhada aos desafios do crescimento do agronegócio brasileiro”, destaca Ávila.
“Temos, este ano, expectativa de safras recordes. Também começamos a nos preparar para a safra do próximo ano, quando as expectativas também são boas. Naturalmente, o agronegócio vai buscando alternativas e, onde ele encontra possibilidade, tem grandes chances de se consolidar. Então, quando analisamos os tipos de carga, percebemos que a pujança do agronegócio está cada vez crescendo mais, demonstrando sua importância para a economia do país”, acrescenta.
Em fevereiro de 2025, foi oficializado o arrendamento do terminal MCP03, no Porto de Santana (AP). A estrutura é destinada ao armazenamento e movimentação de granéis sólidos vegetais.
O contrato – que partiu do leilão realizado no final de 2024 – prevê investimentos de R$ 89 milhões ao longo de 25 anos, com vigência até 2049. Entre as intervenções estabelecidas estão as seguintes:
O objetivo é que a capacidade de carga do terminal seja ampliada de 450 mil para 917 mil toneladas, o que corresponde a praticamente o dobro do potencial de escoamento da produção.
Com o intuito de aumentar a movimentação de produtos da Região Norte para outras áreas do país, o Ministério de Portos e Aeroportos incluiu a hidrovia do Rio Madeira na carteira de ativos que serão concedidos à iniciativa privada.
Essa via navegável liga Rondônia ao Amazonas e é apontada como estratégica para o escoamento da produção nacional. O trecho conta com 1.075 quilômetros de extensão. A previsão é de que o leilão seja realizado até o final de 2026.
Apesar da seca registrada no ano passado, o canal movimentou cerca de 10 milhões de toneladas de cargas. A estimativa é de que o corredor fluvial possa ultrapassar 25 milhões de toneladas ao ano.
O projeto de concessão prevê investimentos de aproximadamente R$ 109 milhões em obras de infraestrutura, como dragagem, derrocagem, balizamento e sinalização. Além disso, outros R$ 40 milhões devem ser destinados à operação ao longo de um contrato de 12 anos.
A cobrança de tarifas sobre as cargas transportadas só começará a ser feita após o início efetivo da prestação dos serviços pela concessionária. Conforme informou o MPor, o transporte de passageiros vai continuar isento de cobrança.
Entre janeiro e abril de 2025, o Porto do Rio de Janeiro registrou uma movimentação de 5,4 milhões de toneladas. O volume representa um salto de 27,48% na comparação com o mesmo período de 2024. Os dados constam no Estatístico Aquaviário, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
De acordo com o levantamento, o destaque foi para cargas conteinerizadas, que tiveram aumento de 21,92%, com 3,8 milhões de toneladas movimentadas. Já o granel sólido atingiu 774 mil toneladas, ou seja, um avanço de 20,86%.
O granel líquido, por sua vez, teve um crescimento de 74,98%, após 540 mil toneladas movimentadas no período analisado. Já a carga geral alcançou 324 mil toneladas – uma alta de 60,85%, em relação ao mesmo período do ano passado.
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Vale destacar que o Porto do Rio de Janeiro também atua com produtos siderúrgicos, trigo concentrado de zinco e cargas de apoio offshore. Na avaliação do economista e professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, o terminal tem contribuído economicamente para o estado fluminense, assim como em âmbito nacional.
“Você tem o Porto do Rio de Janeiro ajudando, decisivamente, o próprio estado do Rio de Janeiro, não só na importação, mas também na exportação de produtos. Também é possível afirmar que essa contribuição econômica se expande para todo o país. Há, ainda, unidades de formação de mão de obra especializada, o que contribui para que a movimentação seja profissional”, considera.
Os dados do Estatístico revelam ainda que, do volume geral de cargas movimentadas, 1,1 milhão de toneladas foram transportadas por cabotagem - navegação que se faz na costa - o que corresponde a um salto de 35,18%.
Quanto à navegação por longo curso - que inclui exportação e importação - foram registradas 3,6 milhões de toneladas. O resultado representa um avanço de 19,61%, na comparação com 2024.
Segundo o secretário Nacional de Portos do Ministério de Portos e Aeroportos, Alex Ávila, entre os fatores que contribuíram para esse quadro está a política de investimento público voltada para o setor. "Os bons resultados dos terminais brasileiros refletem a aplicação de recursos que estamos realizando no modal. O Brasil tem uma dívida histórica com a infraestrutura portuária, mas agora estamos revertendo esse cenário, com mais aportes, concessões de terminais e canais de navegação e melhorias na infraestrutura”, destaca.
Desde abril deste ano, o Porto do Rio de Janeiro passou a estar apto a receber embarcações com maior volume de carga, após a conclusão das obras de dragagem do canal principal, feitas pela PortosRio.
A partir de um investimento de R$ 163 milhões, a profundidade do canal passou a ser de 15,3 metros. Essa medida possibilita um aumento estimado de até 700 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) por embarcação.
De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, o terminal também contou com uma atualização dos sinais náuticos. Com isso, embarcações com até 366 metros de comprimento podem fazer manobras com segurança.
Além disso, em abril, o terminal RDJ11 – situado na região do Cais do Caju e inserido na poligonal do porto – foi leiloado em um certame promovido pela Pasta, em parceria com a Antaq. O terminal será destinado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos. O projeto foi arrematado pelo Consórcio Porto do Rio de Janeiro. Ao todo, serão investidos R$ 6,80 milhões. O contrato de concessão é de 10 anos.
A movimentação dos portos brasileiros registrou 107,6 milhões de toneladas de cargas, em abril de 2025. O volume corresponde a um aumento de 1,12% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado foi o melhor da série histórica. Os dados constam no Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Entre janeiro e abril deste ano, a movimentação atingiu 412 milhões de toneladas. Na avaliação do economista Carlos Eduardo de Oliveira Jr., conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), esse crescimento sugere uma recuperação do desempenho do setor e um aumento da atividade econômica do país.
“O setor portuário é fundamental para a evolução econômica do Brasil. Ele desempenha um papel na logística e no transporte de mercadorias, facilitando assim o comércio internacional e nacional. A movimentação portuária é um indicador crucial da saúde econômica, pois está diretamente associada ao comércio exterior”, destaca.
“O aumento no volume de cargas movimentadas pode indicar que setores como agronegócio, indústria e comércio estão se expandindo”, acrescenta o economista.
O levantamento mostra, ainda, que a navegação por longo curso - que inclui exportação e importação – apresentou um salto de 1,71% ante o mesmo mês de 2024. Ao todo, foram 76,6 milhões de toneladas de cargas.
Porto de Paranaguá (PR) terá canal leiloado em agosto com expectativa de salto logístico
Movimentação portuária cresce quase 7% na Região Norte em março de 2025
Em relação à cabotagem – tipo de navegação que se faz na costa – a movimentação chegou a 23,3 milhões. Quanto à navegação interior – ou seja, em águas abrigadas, como rios, lagos e canais, por exemplo – o volume movimentado foi de 7,6 milhões de toneladas.
Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a alta nas movimentações portuárias está relacionada ao aumento da demanda de produtos que saem ou entram no país.
“Na medida em que a economia cresce, automaticamente os portos do Brasil, públicos e privados, crescem. Porque são novos carros que chegam no país, novos investidores internacionais que vêm comprar produtos brasileiros, o Brasil cada vez mais exportando grãos, proteína animal e minério de ferro. Tudo isso vai fortalecer o setor portuário”, considera.
“Além disso, hoje, nós temos quase R$ 40 bilhões de investimentos no setor portuário do Brasil. Com o movimento do volume de carga, é preciso fazer investimento em novos portos, novos equipamentos, requalificação de molhe e de píeres”, complementa o ministro.
De acordo com o levantamento, os terminais autorizados tiveram elevação de 4%, em abril, com 69,8 milhões de toneladas. Já nos portos públicos, o registro foi de 37,8 milhões de toneladas.
Na abertura por produtos, foi notada uma alta de 2,27% nos granéis sólidos, com 65,1 milhões de toneladas, e de 1,94% em granéis líquidos, com 25,7 milhões de toneladas de cargas.