Alimentação

07/09/2024 00:05h

Diante deste contexto, a presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, Elisabetta Recine, enviou ofício ao presidente do Congresso Nacional, pedindo o aumento dos valores para o PNAE em 2025

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Entre 2014 e 2021, os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) tiveram queda de 34%. Em 2023 houve um reajuste, mas em 2024 os valores permaneceram os mesmos. O quadro foi apresentado pela presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, Elisabetta Recine, que, diante deste cenário, enviou ofício ao presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pedindo o aumento dos valores para o PNAE em 2025.

No documento, Elisabetta afirma que “setenta e sete por cento das entidades executoras declararam ter complementado o recurso do PNAE com fonte orçamentária própria, sendo os percentuais mais baixos nas regiões Norte (65%) e Nordeste (58%).”

Orçamento 2025: mínimo a R$ 1.509 é destaque do Projeto

Proposta em tramitação no Congresso retira gastos com terceirização dos limites de despesas com pessoal

Após a solicitação, Pacheco incluiu o documento na tramitação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2025 (PLN 3/24). A proposta orçamentária para 2025 (PLN 26/24) destina R$ 5,5 bilhões para o PNAE, total semelhante ao de 2024. No entanto, o conselho pede que o valor seja de pelo menos R$ 10 bilhões.

Regra permanente

Além da revisão para 2025, Elisabetta Recine solicitou aprovação de alguma regra permanente para o reajuste da dotação. “Em função da inexistência de um mecanismo permanente de reajuste anual, o PNAE se torna vulnerável à flutuação dos preços dos alimentos, com tendência de agravamento no contexto de coexistência de múltiplas crises, sobretudo a climática, que afetam os sistemas alimentares e, por consequência, a segurança alimentar e nutricional”, considera.

O governo chegou a enviar uma mensagem para alterar o projeto da LDO de 2025 (PLN 3/24) e ajustar a regras de correção do Fundo Partidário. Essas modificações podem ser feitas antes da votação do relatório preliminar na Comissão Mista de Orçamento.

Pelos termos da mensagem, a correção se referia ao antigo teto de gastos. No entanto, agora todas as dotações seguem a correção do novo arcabouço fiscal (LC 200/23). Nesse caso, além da inflação, há um percentual do crescimento da receita. Para 2025, o projeto do Orçamento (PLN 26/24) prevê R$ 1,3 bilhão para o Fundo Partidário.
 

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20/07/2024 00:02h

Levantamento da Fiocruz sugere que até 2044, com base nas tendências atuais, 48% dos adultos brasileiros terão obesidade e 27% terão sobrepeso. Obesidade gera impactos, não só de saúde, mas também econômicos para o país; veja.

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Se as tendências atuais forem mantidas, 48% dos adultos brasileiros terão obesidade e 27% terão sobrepeso até 2044. É o que prevê um estudo nacional realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília. O levantamento estima, ainda, que daqui a 20 anos três quartos dos adultos brasileiros terão obesidade ou sobrepeso, 83 milhões e 47 milhões, respectivamente. Além de efeitos à saúde, as condições de peso também impactam a economia brasileira, com sobrecarga nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e saúde suplementar.

O pesquisador do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da Fiocruz Brasília, Eduardo Nilson, responsável pelo levantamento, aponta as estimativas anuais de gastos pelo SUS ligados à obesidade, já que a doença está associada a outras comorbidades, como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças renais e do sistema digestivo, neurológicas e câncer.

“Só para dar uma ideia, nós temos estimativas de que 1,5 bilhão de reais são gastos por ano no SUS com doenças atribuídas à obesidade, então, é uma carga econômica muito grande”, diz Eduardo Nilson. 

De acordo com a Fiocruz Brasília, hoje, 56% dos adultos brasileiros têm obesidade (34%) ou sobrepeso (22%). E, ao longo dos anos, a prevalência da condição tem aumentando de forma rápida e, inclusive, quase dobrou de 2006 para 2019 – com 20,3% da população adulta atingida. 

A estimativa é de que até 2030 a incidência totalize 68,1% para sobrepeso e obesidade combinados, sendo 29,6% e 38,5%, respectivamente. Mulheres, negros e outras etnias minoritárias podem apresentar maior prevalência. Estima-se que a obesidade, até 2030, afete 30,2% e o sobrepeso de 37,7% das brasileiras.

Confira as estimativas para outras parcelas da população em 2030:

  • Homens: obesidade, 28,8%, e sobrepeso, de 39,7%;
  • Pessoas brancas: obesidade, de 27,6%, e sobrepeso, de 38,8%;
  • Pessoas negras e outras etnias: 31,1% para obesidade e 38,2% para sobrepeso (dados de pessoas não brancas combinadas)
  • Maior nível de escolaridade: obesidade de 26,2%;
  • Menor nível de escolaridade:  obesidade de 35,4%.

O estudo nacional foi divulgado no final de junho no Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO 2024), ocorrido em São Paulo, e é do pesquisador Eduardo Nilson, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da Fiocruz Brasília, juntamente com equipe. A pesquisa completa ainda não foi publicada.

As tendências às quais o estudo se refere é a uma modelagem que foi adotada utilizando dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde – um inquérito telefônico nacional anual, que avalia fatores de risco para doenças crônicas não preveníveis, como o sobrepeso e a obesidade. 

Impactos à saúde e econômicos 

Dados estudo A Epidemia de Obesidade e as Doenças Crônicas Não Transmissíveis  (DCNT) – Causas, custos e sobrecarga no SUS, publicados em 2022, revelam que o risco associado de diversas DCNT é o mais preocupante. Isso porque a prevalência pode ter consequências impactantes para o SUS.

Segundo os pesquisadores, o acúmulo de gordura corporal em excesso está associado com aumento no risco de mais de 30 DCNT, seja em maior ou menor grau. A pesquisa foi realizada por uma equipe de 17 pesquisadores de diversas universidades brasileiras e uma do Chile e financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Já no levantamento da Fiocruz Brasília, os autores utilizaram um modelo de tabela de vida para estimar os impactos do sobrepeso e da obesidade sobre 11 doenças associadas ao elevado Índice de Massa Corporal (IMC) no país até 2044. A estimativa foi feita levando sob a suposição de manutenção das tendências atuais. 

O modelo estima casos incidentes e mortes atribuíveis de doenças cardiovasculares, diabetes, cirrose, cânceres e doença renal crônica – com base no Estudo de Carga Global da Doença (GBD) e em dados demográficos e epidemiológicos de pesquisas nacionais.

“De acordo com o cenário de manutenção da tendência atual, a prevalência de sobrepeso e obesidade entre adultos brasileiros aumentará de 57% em 2023 para 75% em 2044. Consequentemente, estima-se que 10,9 milhões de novos casos de doenças crônicas associadas ao sobrepeso e obesidade se desenvolvam nos próximos 20 anos e 1,2 milhão de mortes atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade durante esse período”, menciona a Fiocruz Brasília em nota.

A Fiocruz Brasília informa que além dos impactos à saúde, a obesidade também afeta questões econômicas. “Essa epidemia de obesidade já causa e continuará causando uma maior carga epidemiológica e econômica para o Brasil, considerando as comorbidades da obesidade e seus custos relacionados”, diz um trecho da nota.

O pesquisador da Fiocruz Brasília, Eduardo Nilson, reforça o impacto da carga econômica gerada por uma população em sua maioria obesa.

“Pensando que uma população doente, ela produz menos, ela morre precocemente, então aí nós temos os chamados custos indiretos da obesidade e a dimensão dela é muito grande, porque ela representa, por exemplo, atualmente, cerca de 2,1% do PIB. Mas se nada for feito pode chegar a 4,5% do PIB em 2060. Então representa uma carga econômica muito grande para a sociedade como um todo”, ressalta o pesquisador.

O economista e educador financeiro Francisco Rodrigues reforça que, com a prevalência da obesidade na população brasileira, o custo social do país vai aumentar.

"O sistema de saúde é impactado e, consequentemente, o Ministério da Saúde, os gastos e os investimentos para a saúde terão que aumentar, ou seja, um custo cada vez maior e um investimento cada vez maior que aumenta o quê? O custo para o país", menciona Francisco.

Caminhos para enfrentar a obesidade

Segundo Eduardo Nilson, da Fiocruz Brasília, as mudanças no estilo de vida da população, em relação à dieta e sedentarismo, podem explicar o aumento da obesidade observado no país. Ele destaca que a adoção de alimentação ultraprocessada em detrimento de alimentos naturais colaboram para a obesidade. 

“A gente vê uma redução, por exemplo, do consumo de arroz e feijão, substituindo por alimentos prontos para o consumo, que têm um padrão nutricional muito inadequado. E isso eleva, inclusive, do ponto de vista de energia, eleva a questão da obesidade diretamente”, afirma Eduardo Nilson.

Para ele, a população deve basear as escolhas nutricionais no Guia Alimentar Brasileiro. Além disso, Eduardo ressalta a importância da implementação de políticas que instruam escolhas alimentares mais saudáveis, por exemplo as políticas de rotulagem de alimentos, com indicação visível da presença de alto teor de gorduras, sódio e açúcares. O pesquisador avalia que o momento é oportuno para implementação de ações que visem influenciar a escolhas alimentares saudáveis a partir da regulamentação da reforma tributária.

“Primeiro trazendo os alimentos mais saudáveis, mais baratos, para a população como um todo, e principalmente, a população mais pobre, que é onde a gente vê, principalmente um aumento maior ainda das prevalências de obesidade, e também associando ao maior aumento do consumo de alimentos processados. Então, com base nisso, nós vamos ter uma cesta básica desonerada, uma cesta básica que é o composto de alimentos saudáveis”, afirma Eduardo Nilson.

O economista e educador financeiro Francisco Rodrigues pontua que o governo pode adotar estratégias de propaganda em seus canais oficiais, no rádio e na TV. "Uma ação efetiva por meio do Ministério da Saúde, juntamente com os órgãos regulatórios, com os conselhos de quais lugares e em quais situações", diz. 

Francisco afirma que as iniciativas devem  estimular adultos, crianças e adolescentes a escolherem melhor os alimentos e adotarem hábitos saudáveis para evitar problemas de saúde e, consequentemente, sobrecarregar o SUS. Para ele, a escola também é um ambiente onde as ações em prol da saúde devem se concentrar.

"A grande mudança necessária para que gere o impacto social cada vez maior está na escola. Quando o professor ensinar uma maneira correta de se alimentar,  quando a escola fizer uma merenda saudável e quando tiver ações efetivas também relacionadas a plantas e, ao mesmo tempo, a produtos que podem ser realmente utilizados de maneira saudável tanto na escola quanto em casa, isso vai gerar um impacto social para as crianças, para os adolescentes e para os adultos", afirma Francisco. 

Recorte municipal

Dados da Vigitel divulgados em 2023 apontam índices por capitais brasileiras com relação à incidência de obesidade e sobrepeso no país.

A Vigitel Brasil 2023 ainda divide a análise por sexo. Entre os homens, foram observadas maiores frequências de excesso de peso em Porto Alegre (68,8%), Rio de Janeiro (68,4%) e Campo Grande (66,9%). Já entre mulheres, em Manaus (64,5%), Salvador (63,1%), Cuiabá (62,9%).

Considerando as 27 capitais, a frequência de excesso de peso foi de 61,4%, com maior grau entre os homens (63,4%) do que entre as mulheres (59,6%). 

Já em relação à obesidade, a frequência de adultos obesos variou entre 17,7% em Goiânia e 30,4% em Macapá. As maiores frequências seguem entre os homens em Macapá (33,4%), Campo Grande (27,9%) e Porto Alegre (26,8%) e, entre as mulheres, em Fortaleza (29,8%), Cuiabá (29,7%), e Porto Alegre (29,6%). 

Levando em consideração as 27 capitais, a frequência de adultos obesos foi de 24,3%, com semelhança percentual entre mulheres (24,8%) e homens (23,8%). 

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16/07/2024 00:04h

Esta é a 4ª edição do documento de perguntas e respostas relacionados à rotulagem nutricional de alimentos embalados. Uma das novidades são as regras de rotulagem para adoçantes dietéticos.

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Com o objetivo de facilitar a compreensão dos brasileiros sobre os rótulos dos alimentos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a 4ª edição do documento de perguntas e respostas relacionados à rotulagem nutricional de alimentos embalados. O documento possui 207 questões, com orientações sobre o marco regulatório da rotulagem nutricional de alimentos.

A agência explica na publicação que a revisão dos requisitos decorre da identificação do difícil entendimento dos consumidores acerca dos rótulos e visa colaborar com a escolha de alimentos adequados.

“Assim, a revisão conduzida buscou aprimorar as regras para declaração da rotulagem nutricional, com o objetivo de facilitar sua compreensão pelos consumidores brasileiros. A intenção é que as modificações realizadas ajudem no uso das informações nutricionais para a realização de escolhas alimentares conscientes e adequadas às necessidades individuais”, diz um trecho da resposta à pergunta 1 do documento.

O texto aponta que a publicação não é ampliação ou restrição de requisitos técnicos. A ideia é que as orientações auxiliem os fabricantes de alimentos e os órgãos do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) na implementação e fiscalização correta dos regulamentos. Além disso, a nova edição substitui as orientações das edições anteriores.

Na avaliação do nutricionista do Hospital Anchieta, Allonso Marx, de Brasília (DF), a atualização do documento contribui para a escolha consciente dos produtos pelos consumidores evitando, assim, consumir algo que contraria as suas preferências ou necessidades nutricionais. 

"A compra dos insumos se torna cada vez mais consciente com essas mudanças; hoje sabemos exatamente o que estamos comprando, como por exemplo, os alimentos integrais, que em alguns casos eram vistos como boas opções, mas na verdade estavam mascarados pelo seu alto teor de açúcar adicionado", destaca Allonso.

As alterações abrangem o aperfeiçoamento da visibilidade e legibilidade das informações nutricionais dos alimentos e aprimoraram a precisão dos valores nutricionais declarados sobre a rotulagem nutricional dos adoçantes.

Principais atualizações

A rotulagem nutricional dos adoçantes, pelas novas regras, deve conter a declaração de advertência “Diabéticos: contém...”, além do nome dos mono ou dissacarídeos – caso o integrem o produto. Isso porque os adoçantes dietéticos contêm um ou mais edulcorantes autorizados, sem adição de ingredientes como sacarose, frutose e glicose, para serem utilizados para adoçar bebidas ou alimentos. Porém, outros ingredientes permitidos na formulação dos adoçantes podem ter frações desses açúcares ou de outros.

A nutricionista Marina Gusmão avalia a atualização nas regras de rotulagem desses produtos como uma conquista para a população diabética que, com isso, terá mais facilidade para escolher os produtos nas prateleiras dos supermercados.

"É uma conquista para a população que é diabética ter informações claras nos rótulos. Isso facilita muito na hora da escolha, faz com que o consumidor não perca muito tempo tendo que procurar produtos ali na prateleira e, às vezes, até levar um produto que não pode ser consumido. Então, fica muito mais fácil a comunicação do produto com o consumidor e isso ajuda demais a vida do diabético", avalia Marina.

Inclusive, os açúcares totais e os açúcares adicionados devem ser declarados como parte da tabela nutricional desses produtos, em conjunto com os demais nutrientes presentes no art. 5º da RDC nº 429/2020.

Em relação aos alimentos para fins especiais, as perguntas 46 e 47 foram incluídas no documento para esclarecer sobre regras acerca de nutrientes adicionados. Ou seja, além dos nutrientes e do valor energético, obrigatórios para os alimentos em geral, esses alimentos devem declarar, obrigatoriamente, outros nutrientes adicionados.

De acordo com a Anvisa, também foram revisadas perguntas e respostas com vistas a ter maior precisão sobre os açúcares adicionados presentes em ingredientes usados como fonte de fibras alimentares. O documento justifica que a ação se dá “à luz da diversidade de nomenclatura, composição e métodos empregados na produção destes ingredientes”.

“Foram incluídas as perguntas 160 e 161, para esclarecer alguns requisitos de legibilidade da declaração simplificada e da declaração linear da tabela nutricional, e a pergunta 198, sobre a aplicação dos valores de tolerância à declaração do percentual de valores diários, o %VD”, diz a Anvisa.

O nutricionista do Hospital Anchieta, Allonso Marx, destaca o papel da atualização das rotulagens como provável influenciador de mudança de escolhas de insumos pela indústria com vistas a alcançar a população que opta por alimentos mais saudáveis e com cada vez menos aditivos, sódio e açúcar, por exemplo.

"A presença de informações expressivas da produção dos alimentos pode levar a indústria a realizar manobras a fim de sair das faixas de obrigatoriedade e, dessa forma, atrair novos clientes que buscam um estilo de vida mais saudável", pontua Allonso.

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15/07/2024 00:06h

Pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) aponta que, se os pães fossem bebidas, produtos de cinco marcas seriam considerados alcoólicos. Segundo especialistas, o consumo desses pães pode agravar comorbidades e afetar o desenvolvimento de fetos

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Se os pães de forma fossem bebidas, os produtos de cinco marcas seriam considerados alcoólicos – pois têm teor de álcool superior a 0,5%. É o que aponta uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste). Segundo especialistas, o consumo de pães com concentração de álcool que ultrapassa os limites ideais para o consumo pode agravar comorbidades e, ainda, prejudicar o desenvolvimento de fetos.

Confira as cinco marcas levantadas e o teor alcoólico de cada uma:
 
Visconti (teor alcoólico de 3,37%), Bauducco (1,17%), Wickbold 5 Zeros (0,89%), Wickbold Sem Glúten (0,66%), Wick Leve (0,52%), e Panco (0,51%).

As marcas que estão dentro do ideal são: Seven Boys (0,50%), Wickbold (0,35%), Plusvita (0,16%) E Pullman (0,05%)  

O médico nutrólogo, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Durval Ribas Filho, de São Paulo (SP), afirma que a ingestão de pães com elevado teor alcoólico pode agravar o quadro de pessoas com problemas hepáticos, por exemplo. Ele ainda destaca a relevância da pesquisa para a saúde da população.

“Existem pessoas que têm problemas hepáticos, problemas do fígado, principalmente a chamada esteato hepatite ou esteatose hepática, e para aqueles portadores, evidentemente, de um grau mais avançado, que seria cirrose, certamente seria altamente prejudicial a ingestão desses pães que têm um teor de álcool maior do que se deve. Portanto, é fundamental que essa pesquisa possa atingir a população, pois é  extremamente importante em termos de saúde pública”, diz.

Além disso, a ingestão de álcool pode piorar sintomas gastrointestinais e agravar quadros de ansiedade e depressão a longo prazo. A nutricionista Pollana Campos, de Brasília (DF), explica de que forma o etanol age no organismo e impacta a saúde dessas pessoas.

“Ele pode também piorar o quadro de acumulo de gordura. Além disso, algumas doenças gastrointestinais, como, por exemplo, úlcera, gastrite, o álcool ele é muito irritante da mucosa gástrica e isso pode favorecer ainda mais o processo de inflamação. O refluxo também é uma doença em que a pessoa não pode consumir álcool, porque ele piora os sintomas desses refluxos. Além das pessoas também com alguns distúrbios psiquiátricos, como depressão, porque o álcool é um depressor do sistema nervoso central, que pode piorar os sintomas. Pessoas com ansiedade também podem ter aumento dos sintomas a longo prazo”, destaca Pollana.

A nutricionista Fernanda Larralde, da BioMundo, de São Paulo (SP), pondera que as pessoas em processo de tratamento em relação a transtornos alcoólicos devem se atentar às marcas de pães mencionadas no levantamento, já que o seu consumo pode prejudicar a evolução do desmame do vício. 

“As pessoas que estão se recuperando de transtornos alcoólicos não deveriam, em hipótese alguma, fazer o consumo do álcool; e de repente, por exemplo, se consome um pão desse, porque quando que a gente vai associar um pão à produção de bebida alcoólica? Até porque esse conhecimento acaba sendo mais restrito e o que se espera das indústrias é que haja uma entrega de produtos idôneos, que não comprometam a saúde de ninguém”, expõe Fernanda.

Gestantes e lactantes 

As gestantes e lactantes também devem se atentar às marcas de pães que consomem, tendo em vista que o consumo de álcool não é recomendado para essa parcela da população. O texto da pesquisa menciona que, mesmo que em doses pequenas, o consumo recorrente de álcool pode impactar o aprendizado e ocasionar problemas de memória. 

“A síndrome alcoólica fetal (SAF), ocasionada pela ingestão de álcool, é caracterizada por anormalidades no neurodesenvolvimento do sistema nervoso central, retardo de crescimento e problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade”, diz um trecho da pesquisa.

A nutricionista Pollana Campos afirma que a ingestão de álcool por gestantes e lactantes pode afetar o desenvolvimento neurológico do feto, interferir no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê e, ainda, levar a malformações congênitas. “As crianças expostas ao álcool durante a gestação podem ter problemas comportamentais como hiperatividade, dificuldade de atenção e problemas de socialização”, salienta Pollana.

Por que tem álcool no pão?

No processo de produção dos pães há dois momentos em que o etanol está presente. Primeiro, ocorre a produção natural de etanol no processo de fermentação. Após a adição de ingredientes como sal, açúcar e fermento, este último converte os açúcares em dióxido de carbono e álcool – nessa etapa, o etanol deve evaporar quando o pão é assado e restar pouca quantidade no alimento.

Posteriormente, o álcool é adicionado para diluir os conservantes que irão evitar que o pão mofe – o que ocorre após o alimento passar pelo forno.

“É um método chamado de aspersão. Assim que esse pão sai do forno, é borrifado sobre ele um tipo de conservante, autorizado por lei, mas esse conservante é diluído em álcool. Então, o que se observou nesta pesquisa da Protesta é que esse álcool não foi evaporado”, explica a nutricionista Fernanda Larralde. 

Segundo o levantamento, a contaminação dos pães com o álcool pode ocorrer quando a indústria acrescenta conservantes nos produtos. “[...] se houver um abuso na quantidade do antimofo ou em sua diluição, isso (a evaporação do etanol) pode não ocorrer e ocasionar em um pão com um teor de etanol muito elevado”, diz o texto da pesquisa.

Como identificar alimentos bons para a saúde?

Segundo os especialistas, a população deve se atentar aos ingredientes listados nos alimentos. A nutricionista Fernanda Larralde explica que quanto mais ingredientes familiares, por exemplo, sal, trigo, melhor é o alimento. “Quanto mais simples uma lista de ingredientes, muito mais seguro vai ser o consumo desse alimento.” 

Em contrapartida, se o número de insumos químicos for grande, maior é a probabilidade de desenvolver doenças a longo prazo, como câncer, segundo a especialista. 

“Quanto maior a lista química presente nesse alimento, muito maior vai ser a presença desses produtos que são tóxicos para o nosso organismo, tóxico para o intestino, para o fígado. E isso pode levar a médio e longo prazo ao desenvolvimento de muitas doenças, como o câncer, por exemplo”, ressalta Fernanda Larralde.

Teste do bafômetro

Algumas das marcas de pães mencionadas no levantamento também poderiam acarretar na reprovação no teste do bafômetro – a depender da quantidade ingerida pelo consumidor.  Segundo a pesquisa, duas fatias do pão de forma da marca Visconti teriam o equivalente a 1,69 g de álcool; da Bauducco, a 0,59 g; e da Wickbold 5 Zeros, a 0,45 g.

Conforme os índices do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a quantidade segura de álcool no organismo seria abaixo de 3,3 gramas (g) de álcool. Ou seja, ao consumir 2 fatias de alguns produtos poderia acusar ingestão de álcool no bafômetro.

Inclusive, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu um processo para responsabilizar as marcas de pães com teor alcoólico. 

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06/07/2024 00:03h

Decreto publicado no Diário Oficial da União de quinta-feira (4) visa garantir soberania, segurança alimentar e nutricional do país

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Por meio de decreto, o governo federal instituiu a Política Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Recursos Públicos Genéticos para a Alimentação, a Agricultura e a Pecuária, na última quinta-feira (4). 

Entre outras medidas, a norma visa a conservação, o uso sustentável e a valorização dos recursos genéticos para a alimentação, agricultura e pecuária. A política objetiva também garantir a soberania e a segurança alimentar e nutricional do país, além de ampliar o conhecimento dos recursos genéticos e a base genética dos programas desenvolvidos por instituições de pesquisa. 

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), das seis mil espécies de plantas cultivadas para a alimentação, apenas nove espécies representam 66% da produção agrícola mundial. Tal concentração significaria um risco para a segurança alimentar. 

A coordenação da política será feita por três ministérios. Além do Mapa, os ministérios de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas também vão liderar a iniciativa. 
 

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Dr. Ajuda
03/06/2024 03:00h

Neste episódio a nutricionista, Tânia Rodrigues, fala sobre dieta para pacientes com problemas no fígado

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A doença hepática pode ser causada por excesso de gordura no fígado, álcool, hepatites, tumores, doenças autoimunes, dentre outras. Nos casos mais graves, o funcionamento do fígado fica comprometido, definindo o quadro chamado de insuficiência hepática. Existem diversas medidas para controlar e aliviar os sintomas, e como já é de se imaginar, a alimentação tem um papel fundamental nesse processo.


Abaixo estão alguns pontos importantes a serem consideradas:

  • Evite jejum prolongado: é essencial não ficar longos períodos em jejum. Fracionar as refeições ao longo do dia ajuda a manter um fornecimento constante de nutrientes ao fígado;
  • Consuma fontes de proteína saudáveis: inclua em sua dieta uma variedade de alimentos ricos em proteínas, como feijão, lentilha, peixes, ovos, leite e derivados;
  • Adicione Ômega-3: alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, como peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum), sementes de linhaça e chia;
  • Promova um hábito intestinal saudável: o funcionamento regular do intestino é importante para evitar a sobrecarga do fígado;
  • Incremente o consumo de frutas, legumes e verduras e vegetais: são ricos em antioxidantes, vitaminas e minerais essenciais que apoiam a função hepática saudável e ajudam a proteger o fígado contra danos;
  • Restrição de sal e água em caso de inchaço : se houver retenção de líquidos devido à doença hepática, é provável que haja restrição de sal e água na dieta. Siga as orientações do seu médico ou nutricionista para controlar o edema de forma adequada.


Ao adotar essas práticas alimentares saudáveis e equilibradas, você estará fornecendo ao seu fígado os nutrientes necessários para manter sua função ótima e promover a saúde geral do corpo.


Para mais informações, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda no youtube.

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27/04/2024 00:05h

Especialista destaca que é importante realizar o recadastro dentro do prazo, pois o não cumprimento pode acarretar em problemas futuros na prestação de contas

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Atenção, gestores municipais: um novo módulo para o cadastro de Conselheiros da Alimentação Escolar (CAE) já está disponível. Todos os mandatos de CAE devem realizar o recadastramento até o dia 31 de maio. As informações são da Confederação Nacional de Municípios (CNM).

O especialista em orçamento Cesar Lima explica que a medida visa transpor e atualizar o antigo sistema (CAE Virtual) para o novo, criado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Educação.

“[Os conselheiros] são responsáveis por fiscalizar os recursos federais que são encaminhados aos municípios, para aquisição de merenda escolar, garantir uma boa qualidade dos alimentos, boas práticas sanitárias, são os olhos do FNDE ali no município, garantido que a alimentação das crianças tem uma boa qualidade e que os recursos sejam utilizados da maneira como a regra dispõe”, explica o especialista.

Como realizar o cadastramento?

O novo sistema está disponível no portal do Sistema de Gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (SIGPNAE) e o login é feito por meio da plataforma gov.br.

O gestor deverá clicar no botão “Incluir novo mandato”, disponível no menu da lateral esquerda da tela inicial do programa. Após isso, basta conferir os dados da entidade executora e preencher os dados da aba “gestor.”

As orientações para os gestores estão disponíveis no Tenha em Mãos. Acesse o Manual para Cadastramento para conferir o passo a passo detalhado do cadastro. 

O mandato do Conselho de Alimentação Escolar tem a duração de quatro anos. Após cada renovação de mandato, o gestor deve realizar o cadastramento da nova composição.

O novo sistema oferece a capacidade de enviar a documentação para análise, realizar eventuais diligências e comunicados aos gestores, integrando os dados. Além disso, possibilita análises e a geração de relatórios detalhados por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Cesar Lima destaca que o município que não realizar o recadastro durante o prazo, pode ter prejuízos. “Vão ter problemas lá na frente, quando forem fazer a prestação de contas dos recursos que receberam do Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar], porque os municípios precisam do aval dos conselheiros para encaminhar a prestação de contas”, informa.

Dessa forma, pode acontecer a suspensão de repasses de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Leia mais:

Programa Acredita pode ajudar governo a reduzir o déficit da arrecadação fiscal, analisa especialista

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27/04/2024 00:03h

Mais de 60% da população não tem acesso permanente à alimentação adequada nessas regiões, aponta pesquisa do IBGE

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Os moradores das regiões Norte e Nordeste são os mais afetados pela insegurança alimentar no Brasil. É o que indica o recente levantamento do módulo Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados revelam que as regiões Norte aparece com 60,3% e o Nordeste com 61,2%. 

Segundo o economista Aurélio Trancoso, é preciso ter uma gestão pública independente — sem levar em consideração a parte política. Na opinião do especialista, o aumento de impostos e a nova carga tributária podem complicar ainda mais esse cenário. 

“As pessoas não conseguem hoje comprar. Nós ficamos mais pobres depois da pandemia, não teve aumento de salário e teve aumento de produtos. E hoje a gente vê que os produtos só estão aumentando e as pessoas estão perdendo o poder de compra.”, lamenta.

O analista da PNAD Contínua André Luiz Martins Costa avalia o resultado da pesquisa:

“São 20,6 milhões de brasileiros em domicílios que tiveram o grau de insegurança alimentar moderada ou grave, que são graus associados a domicílios que passam por uma restrição severa de alimentos em quantidade e variedade”. 

Ao complementar, André Luiz diz que essa insegurança alimentar também é marcada por desigualdades:

“Domicílios no norte e nordeste apresentam um nível de insegurança alimentar maior se comparado com aqueles domicílios das regiões sudeste e sul também são notáveis com relação à comparação de domicílios com segurança alimentar ou com insegurança alimentar”, aponta.

Insegurança alimentar

A insegurança alimentar ocorre quando os moradores do domicílio não têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, conforme o Ministério da Saúde. Ela pode ser classificada da seguinte forma:

  • Insegurança alimentar leve: quando há comprometimento da qualidade da alimentação em detrimento da manutenção da quantidade entendida como adequada;
  • Insegurança alimentar moderada: ocorrem modificações nos padrões usuais da alimentação entre os adultos simultaneamente à restrição na quantidade de alimentos entre os mesmos;
  • Insegurança alimentar grave: são caracterizados pela quebra do padrão usual da alimentação com comprometendo a qualidade e a redução da quantidade de alimentos de todos os membros da família, inclusive das crianças, podendo ainda incluir a experiência de fome.

Os dados da pesquisa revelam que 21,6 milhões de domicílios (27,6%) são afetados por algum grau de insegurança alimentar. A forma mais grave engloba cerca de 3,2 milhões de domicílios (4,1%). 

O levantamento mostra ainda que, enquanto as regiões Norte e Nordeste têm menor possibilidade de ter domicílios em segurança alimentar, a pesquisa revela que o Centro-Oeste com 75,7%, Sudeste 77,0% e Sul 83,4% apontam maiores percentuais.
 

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03/04/2024 00:06h

A estimativa é da Federação Mundial de Obesidade (WOF), que ainda revela que mais de 750 milhões de crianças e jovens adolescentes devem viver com essa realidade, até 2035

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Um alerta para pais e responsáveis. No Brasil, uma em  cada 3 crianças têm sobrepeso. E o quadro fica ainda mais grave ao descobrir que, até 2035, mais de 750 milhões de crianças e jovens adolescentes deverão viver com sobrepeso e obesidade no mundo. A estimativa é da Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation - WOF), ao divulgar a sexta edição do Novo Atlas Mundial da Obesidade 2024.

Contrariar a diretriz de que uma alimentação saudável para crianças, principalmente nos primeiros anos de vida, pode provocar danos a longo prazo na saúde dos pequenos, é contribuir para que as taxas de obesidade e doenças consequentes desse quadro aumentem. A opinião é do médico pós-graduado em nutrologia Yure Elias.

“Quando a gente fala de uma alimentação saudável, a gente está falando de alimentos que tendem a melhorar a longevidade, tendem a melhorar a qualidade de vida, a disposição, a parte cognitiva das pessoas — e, também, a gente está evitando certos tipos de alimentos que podem estar piorando tudo isso”, analisa.

A ingestão de alimentos ricos em açúcares e gordura antes dos 2 anos, por exemplo, pode ser desastroso para o futuro dessa criança. Segundo o Ministério da Saúde, os números mostram isso. Só no ano passado, o Brasil registrou excesso de peso em mais de 3,1 milhões crianças — conforme relatório do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde. 

Quem mais sofre

De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2024, o público mais afetado está na faixa etária entre 5 e 19 anos. Os dados são obtidos através da medição do índice de massa corporal (IMC). A maioria vive em países de renda média. O estudo aponta que países com economias em expansão têm também aumentos rápidos na prevalência de excesso de peso, embora em níveis baixos. 

O Ministério da Saúde (MS) estabeleceu metas para serem alcançadas com base nas escolhas alimentares mais saudáveis. O conteúdo está no “Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2021-2030”. Reduzir em 1/3 a mortalidade prematura (30-69 anos) por DCNT; deter o crescimento da obesidade na população adulta e reduzir em 2% a obesidade em crianças — são apenas alguns desses objetivos propostos.

O médico Yure Elias mostra preocupação com a quantidade de crianças acima do peso e alerta pais e responsáveis.

“Na prática, as doenças que a gente mais vê são, sem dúvida, colesterol alto, hipercolesterolemia, hipertensão arterial sistêmica e o diabetes. São as três patologias que a gente acaba mais vendo ali com uma relação íntima com a alimentação. São doenças que, de primeira linha, a gente tenta uma mudança do estilo de vida do paciente para fazer o tratamento. Então, a gente está falando ali de mudança principalmente relacionada à alimentação”, destaca.

A moradora do Rio de Janeiro Elenir Rosa de Azevedo tem 67 anos e é aposentada. Ela é mãe de 3 filhos, tem 3 netos e revela que sempre se preocupou com a saúde das crianças. Por conta disso, diz que, durante muito tempo, cozinhou sozinha todas as refeições para equilibrar os alimentos e a quantidade de sal a ser ingerida.

“Sempre tive a preocupação com uma boa alimentação. Trabalhando com crianças e mãe de três filhos e três netos, busquei priorizar uma alimentação saudável, pois assim estaria contribuindo para a boa formação da saúde das crianças, possibilitando um crescimento sadio. Esses bons alimentos são fundamentais para um bom desenvolvimento e fortalecimento de sua saúde”, reforça.

Segundo o MS, as metas do Plano de Ações orientarão as áreas por uma década, com perspectiva de tornarem-se pontos de interlocução entre as esferas de gestão do SUS, apoio para a definição de subsídios técnicos e financeiros para a vigilância em saúde para fortalecê-la nas áreas de Atenção Primária à Saúde, Atenção Especializada, Ciência e Tecnologia e Gestão do Trabalho e Educação em Saúde no Sistema Único de Saúde.
 

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01/04/2024 00:05h

Trocar o consumo de produtos industrializados por alimentos naturais pode ser um passo importante para reduzir os riscos de doenças fatais

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A má alimentação e a falta de atividade física são os principais riscos para a saúde da população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade alerta que as mudanças no estilo de vida das pessoas alteraram o padrão de consumo alimentar. Além disso, o aumento na produção de alimentos processados contribui para que as pessoas passem a consumir mais gordura, açúcar e sal. De acordo com a OMS, uma alimentação saudável pode ajudar a evitar problemas como diabetes, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC) e até mesmo câncer. 

A estudante de psicologia Jéssica Soares, de 31 anos, sentiu na pele a importância de comer bem. A moradora de Brasília conta que, devido à rotina de trabalho e estudos, se descuidou da alimentação e passou a consumir alimentos rápidos na rua — os famosos fast food —  até ser diagnosticada com gastrite em 2020, após sentir fortes dores estomacais. O médico, então, recomendou uma mudança nos hábitos alimentares. 

“Depois disso, eu cortei vários tipos de alimentos da minha vida como café, comidas gordurosas, refrigerantes, frituras, bebidas alcoólicas, hambúrguer e vários outros. Depois dessas mudanças de hábito, a minha vida melhorou muito. Fiz novamente os exames e não tenho mais gastrite. A minha qualidade de vida melhorou muito depois disso, tanto na questão do tratamento da gastrite que eu não tenho mais, quanto em questões psicológicas que eu tinha também, como ansiedade”, afirma a estudante.   

A nutricionista especialista em nutrição funcional Ana Máximo afirma que uma alimentação saudável é aquela em que o consumidor “descasca mais do que desembrulha” — uma referência à necessidade de se consumir, por exemplo,  frutas no lugar de produtos industrializados. Ela recomenda ir mais à feira que ao supermercado; e, na hora do almoço ou jantar, compor o prato com 50% de vegetais, 25% de carboidratos, como o popular arroz e feijão, e 25% de proteínas, como carne vermelha e frango sem gordura.

“Quer ter uma alimentação mais natural? Vai mais à feira, coma mais frutas e legumes. Evite produtos industrializados o máximo possível, produtos que tenham sido manipulados. Então, se está ali um biscoito, ele foi manipulado no supermercado. Quanto mais manipulado, menos saudável é. Então, tente fazer suas refeições em casa. Tente fazer seus alimentos em casa. Isso vai fazer com que você melhore muito a qualidade alimentar”, sugere a especialista.

Dicas de saúde

  • Evite o consumo de alimentos ricos em calorias e industrializados, gordurosos e salgados;
  • Aumente o consumo de frutas, verduras e legumes, cereais integrais e feijões;
  • Beba bastante água;
  • Reduza ou evite o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro;
  • Faça exames preventivos e consulte sempre o seu médico;
  • Faça exercícios físicos regulares, diariamente ou pelo menos três vezes por semana, após avaliação médica;
  • Durma pelo menos 8h em um período de 24h.

Fonte: Ministério da Saúde

Ultraprocessados

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em 2023 mostra que cerca de 57 mil pessoas morrem por ano de forma prematura por consumirem alimentos ultraprocessados  — como refrigerantes, salgadinhos e produtos congelados prontos para o consumo. O número corresponde a 10,5% de todas as mortes precoces de adultos entre 30 e 69 anos no Brasil, segundo a pesquisa.  

Esses produtos apresentam deficiências nutricionais que deixam o corpo humano mais vulnerável a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Uma delas é o câncer, responsável por 9,7 milhões de mortes em 2022, conforme dados da OMS divulgados em 2024. Ainda segundo a entidade, também em 2022, 43% dos adultos estavam acima do peso. 

Ana Máximo explica que todos os nutrientes que o corpo humano precisa estão nos alimentos. Isso significa que uma alimentação sem os nutrientes necessários pode causar doenças com potencial de levar à morte. Assim, trocar aquele biscoito recheado por uma banana pode parecer um gesto simples, mas é um passo importante para  evitar problemas — e ter uma vida mais saudável.

“Uma anemia pode levar a uma leucemia, você pode ter problemas neurais graves, um diabetes que a gente sabe que pode desenvolver, através dessa alimentação — e pode ir para uma diabetes tipo 2, na qual você fica dependente de insulina e aí corre o risco de ter amputação. Tem a questão da hipertensão também. Então, se você faz um alto consumo de sódio, você não faz aquele equilíbrio adequado na sua alimentação, você pode ter um problema de infarto, você pode ter uma leucemia, você pode ter uma demência”, alerta. 

31 de março, Dia Nacional da Saúde e Nutrição

O Dia Nacional da Saúde e da Nutrição é celebrado em 31 de março. Neste ano, a data coincide com a Páscoa, feriado cristão que marca a ressurreição de Jesus Cristo. Ao longo dos anos, a troca de ovos de chocolate passou a fazer parte da celebração. Assim, muitas pessoas têm dúvida se podem ou não aderir à prática e consumir chocolate na data. A nutricionista Ana Máximo responde.

“Coma o seu bacalhau, coma o seu chocolate. Isso não vai fazer com que você fique doente, desde que você faça o consumo com moderação. Evite fazer o consumo o dia todo de chocolate. Mas tire aquele momento ali para comer com a família, para comemorar com a família. Beba bastante água para fazer a eliminação dos minerais que ali contém e não serão absorvidos pelo seu corpo, para diluir o açúcar consumido. No outro dia, aja normalmente, volte para sua alimentação normal”, pontua a especialista. 

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