Produção agrícola

16/09/2024 03:03h

Mato Grosso lidera o ranking entre os estados e concentra quase 1/5 do valor de produção agrícola do país

Baixar áudio

O valor de produção das principais culturas agrícolas do Brasil apresentou queda de 2,3% em 2023, em relação a 2022, chegando a R$ 814,5 bilhões. No entanto, a safra de grãos bateu recorde, atingindo 316,4 milhões de toneladas. Esse volume é 19,6% maior que a produção do ano anterior. Já a área plantada do país, levando em conta todas as culturas, chegou a 96,3 milhões de hectares. Os dados foram publicados nessa quinta-feira (12), pelo IBGE. 

O supervisor da pesquisa, Winicius Wagner, destaca que a produção teve um volume importante, mas alguns fatores contribuíram para uma redução no preço pago aos produtores. 

“O excesso de oferta desses produtos, aliado a uma correção das principais commodities do mercado internacional e ao fortalecimento do real frente ao dólar, fizeram com que houvesse uma queda  nos preços pagos ao produtor, o que afetou diretamente o Valor de Produção Agrícola nacional, que teve retração de 2,3% no ano”, pontua. 

Entre os municípios, Sorriso (MT) se destaca na produção agrícola pelo quinto ano consecutivo e responde por 1% do total nacional. O município também apresentou bons números em relação ao valor gerado com a produção de soja (R$ 5 bilhões) e milho (R$ 2,1 bilhões). 

Na segunda posição do ranking aparece São Desidério (BA), que, em relação ao valor da produção agrícola, totalizou R$ 7,8 bilhões, com uma queda de 12,4% na comparação com 2022. A produção de soja, algodão e milho foram destaques no município, com um total de R$ 7,6 bilhões.

Já Sapezal (MT) ocupa o terceiro lugar entre os municípios com maior valor da produção agrícola do país, com R$ 7,5 bilhões, e registro de recuo de 5,9% na comparação com o ano imediatamente anterior. O município destacou-se na produção de algodão herbáceo, obtendo o maior valor gerado com o produto, de aproximadamente R$ 3,5 bilhões. 

Em 2023, os 10 municípios com os maiores valores da produção agrícola foram responsáveis, juntos, por R$ 65,1 bilhões, concentrando 8% do valor obtido no país com a produção agrícola. Seis deles estão localizados no Mato Grosso, enquanto Bahia e Goiás aparecem com dois municípios cada. 

"Após a escassez de água em 2022 ter afetado o desempenho das lavouras naquele ano, principalmente a produção de grãos, em 2023 percebemos que as chuvas foram mais bem distribuídas durante todo o período, desde o plantio até a colheita. Isso fez com que tivéssemos uma recuperação da produtividade dessas lavouras, o que impactou diretamente no aumento da produção no ano”, destaca Winicius Wagner.

Fonte: IBGE

Situação por estado

Apesar de ter registrado recuo, Mato Grosso lidera o ranking entre os estados e concentra quase 1/5 do valor de produção agrícola do país. Ao todo, a unidade da federação somou R$ 153,5 bilhões. 

São Paulo aparece na sequência, com 13,8% do valor de produção nacional, com um total de R$ 112,5 bilhões e 9,0% de crescimento frente a 2022. 

Paraná, por sua vez, teve destaque na produção de soja e milho. O estado, que ocupa a terceira posição, totalizou R$ 90,5 bilhões, um salto de 8,7%, superando Minas Gerais, maior produtor nacional de café. 

Copiar textoCopiar o texto
15/09/2024 04:03h

De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, R$ 6,5 bilhões devem ser destinados aos afetados pelas queimadas

Baixar áudio

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou na última quinta-feira (12) o acesso a crédito do Plano Safra 24/25 para os produtores atingidos pelas recentes queimadas registradas no Brasil. A medida deverá ser implementada por meio do Programa de Financiamento de Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro). 

Dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que, só em 2024, até essa quinta-feira, o Brasil havia registrado mais de 176 mil focos de queimadas, com destaque para o estado do Mato Grosso, que contava com mais de 39 mil focos.

Para esta safra, foram disponibilizados R$ 7,6 bilhões. Desse total R$ 1,2 bilhão já foi contratado e liberado aos produtores rurais. De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, os R$ 6,5 bilhões restantes devem ser destinados aos afetados pelas queimadas.

Pecuarista de leite e produtor de milho para silagem, Mirgon Jung, morador de Salgado Filho (PR), diz que todo ano busca financiamento via Plano Safra. "A gente usa o crédito para comprar semente, adubo, herbicidas, inseticidas, para que a gente possa produzir e, também, combustível para poder usar no trator", afirma. 

Brasil já registrou 172 mil focos de incêndio em 2024; veja como minimizar impactos na saúde

Segundo Fávaro, os recursos dessa linha de crédito devem incentivar a produção em áreas de baixa produtividade, uma vez que as queimadas tornam as áreas afetadas improdutivas e degradadas.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a quantidade de focos de incêndio ao mesmo tempo em diferentes localidades levou as autoridades a abrir investigação para saber se parte deles é de origem criminosa. Até o final de agosto, pelos menos 31 inquéritos haviam sido abertos entre Amazônia e Pantanal e dois em São Paulo. 
 

Copiar textoCopiar o texto
04/08/2024 00:01h

A Lei nº 14.943 estende ao farelo e ao óleo de milho a regulação tributária aplicada à soja – isenção do PIS/Pasep e da Cofins. Representante da área avalia que medida promove melhores preços e mais competitividade para produtores. Para o relator da proposta na Câmara, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), a nova norma torna os alimentos mais acessíveis à população.

Baixar áudio

LOC.: Na avaliação do relator da proposta na Câmara, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a nova norma torna os alimentos mais acessíveis à população, tendo em vista o benefício à nutrição animal a partir da isenção tributária para farelo e óleo de milho.

Pela norma, as empresas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa das contribuições poderão descontar em cada período de apuração, um crédito presumido.

Reportagem Bianca Mingote
 

Copiar textoCopiar o texto

A Lei nº 14.943 entrou em vigor em 1º de agosto e estende ao farelo e ao óleo de milho a regulação tributária aplicada à soja. Dessa forma, a incidência da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Contribuição para o PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) ficam suspensas em relação às receitas decorrentes da venda dos produtos.

Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a medida tem um impacto positivo na cadeia de produção do grão e das proteínas animais como um todo. Isso porque os farelos de milho são utilizados para a nutrição animal na ração.

Pela norma, as empresas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa das contribuições poderão descontar em cada período de apuração um crédito presumido. O montante deve ser calculado sobre a receita da venda no mercado interno ou da exportação dos produtos classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi)

A alíquota estabelecida é de 27% para comercialização de óleo de soja e de milho e de outros produtos da Tipi. Pelo texto, a porcentagem será adotada sobre o valor de aquisição de óleo de soja e de óleo de milho classificados como insumo.

Veja mais:
Isenção tributária para farelo e óleo de milho beneficiará setor agrícola, aponta senadora Tereza Cristina

Benefícios aos produtores e consumidores

Para a presidente da Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê (Copirecê), na Bahia, Zene Vieira, a isenção para o óleo e farelo de milho beneficia os produtores com preços melhores e mais competitivos no mercado.

"Somos uma cooperativa de pequenos agricultores familiares, que tem 4.800 agricultores pequenos aqui no interior da Bahia, no território de Irecê. Para nós, isso vai ter um significado muito grande, porque o farelo de milho é um dos produtos que a cooperativa trabalha. Com o fim dessa taxação, os produtores conseguem ter mais acesso à compra do farelo, consegue ter preços melhores, mais competitivos", avalia Zene.

Na avaliação do relator da proposta na Câmara, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a nova norma torna os alimentos mais acessíveis à população.

“Temos os melhores alimentos de proteína animal do mundo, agora com valores mais baixos. Uma bandeira constante do setor agropecuário brasileiro é levar comida saudável e acessível à população”, destacou.

Copiar textoCopiar o texto
22/07/2024 00:04h

Nos primeiros seis meses do ano, a seca e a baixa umidade do ar atingiram estados como Piauí e Minas Gerais

Baixar áudio

Os estados brasileiros estão cada vez mais sentindo os impactos das mudanças climáticas. Nos primeiros seis meses de 2024, cerca de 300 municípios registraram situação de emergência em função do clima. A seca e a baixa umidade do ar, por exemplo, atingiram com maior intensidade estados como Piauí e Minas Gerais. Os dados estão no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) do Ministério do Desenvolvimento e Integração (MIDR).

O advogado especialista em direito agrário Francisco Torma relata que o fator clima trouxe prejuízos às lavouras brasileiras, impactando diretamente na macroeconomia do país. Para ele, o cenário da agropecuária em 2024 tem se mostrado desafiador.

“No Centro-oeste, as perdas na agricultura se deram por conta de uma severa estiagem que iniciou em 2023 e acompanhou o ciclo produtivo da soja, principal cultura de verão do país. Não bastasse a seca impactar negativamente a formação do grão, a chuva chegou justamente quando não se precisava mais dela: na hora da colheita. A produção, que já era baixa, em muitas propriedades acabou sendo menor ainda por conta do apodrecimento do grão na própria planta, sem que fosse possível colher”, explica.

Só na Região Norte, os efeitos negativos causados pela seca já afetaram mais de 900 mil pessoas e causaram – até 17 de julho – prejuízos econômicos de mais de R$ 1,1 bilhão, aponta a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

O consultor e analista de Safras e Mercado Luís Fernando Gutierrez diz que as questões climáticas afetaram várias produções no Brasil e destaca a soja que, segundo ele, é o carro-chefe da produção agrícola brasileira.

“A questão climática é a principal questão da produção agrícola. Sem um clima bom, a gente não consegue produzir, a gente tem perdas e tudo mais. Então, é importante a gente cuidar da questão climática, porque principalmente em anos de seca a gente tem grandes perdas produtivas e grandes perdas financeiras, obviamente. Então, é importante ficar atento a isso”, observa.

Produção em baixa

Um levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja-MT) mostra que o cenário negativo derrubou a produção e a produtividade. A estimativa é que a safra de soja 2023/24 possa chegar a 21% no estado do Mato Grosso.

Conforme a pesquisa, em janeiro, o governo de Tocantins decretou situação de emergência em decorrência da estiagem. A Aprosoja-TO estima, ao menos, 20% de perda na safra de soja 2023/24. Em fevereiro, foi a vez do governo de Goiás decretar emergência em 25 municípios. As projeções da Aprosoja-GO indicam redução de pelo menos 15% no potencial produtivo em relação às estimativas iniciais, que eram atingir 17,5 milhões de toneladas.

Para o advogado especialista em direito agrário Francisco Torma, as perdas provocadas pelas questões climáticas preocupam o cenário agrícola brasileiro.

“Em muitas regiões, o solo produtivo foi lavado e deu lugar a valas e pedras. Estima-se que o agronegócio do Rio Grande do Sul teve perdas na casa dos R$ 3 bilhões e esse número só aumenta. E não é somente este o problema: estima-se que seja preciso no mínimo uma década para a recuperação destes prejuízos. Ao final da safra de inverno poderemos estimar os prejuízos do ano, mas certamente 2024 será um ano do qual o agro brasileiro não terá boas lembranças”, lamenta.

Previsão para os próximos dias

Uma intensa massa de ar quente e seco, atuando em grande parte do país, mantém o céu com poucas nuvens, sem chuvas, temperatura em elevação e baixa umidade, o que favorece a ocorrência de queimadas e incêndios florestais, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

Nas regiões Centro-oeste, Rondônia, áreas do sul do Amazonas, grande parte do Pará, Tocantins, sul do Maranhão, do Piauí, além do oeste da Bahia e Sudeste, a previsão é que a massa de ar atue com mais intensidade. O cenário é o mesmo no oeste de Minas Gerais, de São Paulo e em áreas do norte do Paraná.

O meteorologista do Inmet Heráclio Alves diz que a chuva deve ficar abaixo da média e o tempo quente vai persistir, causando preocupação em algumas regiões. 

“Nessas localidades as temperaturas deverão ficar mais elevadas, com destaque para o Pará e o Amazonas, além do Tocantins, onde a máxima poderá chegar na casa dos 37 graus e com poucas chances de chuva nos próximos dias. A umidade nessas localidades também deverá ficar variando aí pela manhã na casa dos 85%, mas no período da tarde, por conta da atuação dessa massa de ar, a umidade pode chegar a ficar abaixo dos 20% em algumas localidades”, ressalta.
 

Copiar textoCopiar o texto
05/07/2024 00:01h

Governo quer baratear crédito para produção de alimentos e investimento em modernização de pequenas propriedades

Baixar áudio

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 trará redução das taxas de juros para 10 linhas de financiamento. De acordo com o governo, o crédito vai ficar mais barato para os pequenos produtores rurais em duas linhas de custeio e oito de investimento. 

Segundo Evandro Grilli, advogado especialista em agronegócio, a medida vai facilitar o acesso ao crédito por esses produtores, o que é importante em um cenário de juros elevados. 

"Isso é relevante em um país que tem a Selic (taxa básica de juros) de 10,5%, que orienta o valor da taxação dos empréstimos pelo mercado financeiro, em geral. Quando você tem uma sinalização de taxas de juros mais suaves para um determinado setor, acaba facilitando para quem tem menos capacidade financeira de se autofinanciar", explica.

No âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o governo promete disponibilizar R$ 76 bilhões em linhas de crédito para os pequenos produtores rurais, durante o ano agrícola 2024/2025. O montante é 6,2% maior do que o disponibilizado para a safra de 2023/2024.

Custeio

Por meio das linhas de crédito para custeio, os pequenos agricultores e pecuaristas podem financiar a compra de defensivos agrícolas, fertilizantes, sementes, rações, vacinas e outros itens necessários para produzir. 

Pecuarista de leite e produtor de milho para silagem, Mirgon Jung, morador de Salgado Filho (PR), diz que todo ano busca financiamento via Plano Safra. "A gente usa o crédito para comprar semente, adubo, herbicidas, inseticidas, para que a gente possa produzir e, também, combustível para poder usar no trator", afirma. 

Segundo o produtor rural, ter o recurso de uma vez nas mãos traz vantagens na hora de negociar com fornecedores. "A gente usa o crédito para, talvez, produzir com menor custo; pega o crédito e compra à vista, conseguindo um preço um pouco melhor", indica. 

O governo reduziu de 4% para 3% ao ano a taxa de juros para os agricultores familiares que precisarem de crédito para custear a produção de alimentos para o consumo interno, como arroz, feijão, leite, mandioca, frutas e verduras. 

Grilli lembra que a agricultura familiar é responsável por boa parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros e que, por isso, é importante ter políticas públicas de apoio a esse segmento. "Aquilo que vai para a mesa do brasileiro acaba vindo em maior parte da agricultura familiar. Ela é bastante relevante no dia a dia do Brasil. Ela é menos uma commodity para ser exportada, mas é estratégica até para segurança alimentar da população", avalia. 

O mesmo vale para quem quiser custear a produção de itens da chamada sociobiodiversidade, como babaçu, castanha do Brasil, jambu e licuri, por exemplo, cuja taxa de juros anual caiu de 3% para 2%. 

Investimento

Já as linhas de crédito para investimentos possibilitam aos agricultores familiares implantar, ampliar ou modernizar a estrutura produtiva, adquirindo armazéns, colheitadeiras e tratores, por exemplo. 

Este ano, oito linhas de crédito voltadas para investimentos tiveram redução nas taxas de juros. É o caso dos do Pronaf Floresta, Pronaf Semiárido e Pronaf Mulher, em que os juros caíram de 4% para 3% ao ano. 

Uma das novidades do Plano Safra para o ciclo 2024/2025 é a linha voltada para a compra de máquinas e implementos agrícolas de pequeno porte, como microtratores, motocultivadores e roçadeiras, no âmbito do Programa Mais Alimentos. 

Destinada para famílias com renda anual de até R$ 100 mil, a linha permitirá o financiamento de equipamentos de até R$ 50 mil, a juros de 2,5% ao ano. O objetivo do governo é modernizar a agricultura familiar. 

Plano Safra 24/25 vai disponibilizar cerca de R$ 400 bilhões para produtores rurais empresariais

Copiar textoCopiar o texto
20/05/2024 00:03h

Quando o nível das águas baixar, produtores rurais terão desafio adicional de lidar com camada de sedimentos depositados acima do solo

Baixar áudio

Os prejuízos causados pelas chuvas à agropecuária do Rio Grande do Sul — que chegam a R$ 2,3 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) — devem se estender pelas próximas safras. Especialistas ouvidos pelo Brasil 61 apontam que as enchentes não só tornaram algumas lavouras irrecuperáveis, como os sedimentos deixados após o nível das águas baixar podem afetar a fertilidade do solo gaúcho. 

Especialista em engenharia agrícola do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), Fernando Meirelles afirma que algumas áreas foram completamente destruídas pela cheia. "Já temos perda de solo total, em que ficou simplesmente rocha. Onde era lavoura ficou só pedra. Não sabemos ainda a extensão, mas não vai ser pequena", avalia. 

Meirelles destaca que, nesses casos, não há o que fazer. Segundo o especialista, o segundo cenário— que parte dos produtores gaúchos terão que enfrentar quando as águas diminuírem —será o de lidar com a camada de sedimentos, como areia, argila e cascalho. 

"Foi uma cheia muito violenta e muito rápida. Nós vamos ter uma deposição totalmente irregular de sedimentos grosseiros que não trazem um impacto positivo na fertilidade", analisa.

Diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon destaca que a entidade vai buscar quantificar e mapear, em parceria com a ​​Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), as áreas onde o solo foi total ou parcialmente removido.  

No entanto, ele afirma que algumas informações preliminares já permitem tirar uma fotografia do impacto. "Tem locais que sofreram remoção intensa de solo. Isso foi mais visível na Região Serrana, onde tem áreas com maior declividade, especialmente nas margens dos rios, que tiveram corredeiras bastante importantes e lavouras que foram atingidas tiveram perdas muito expressivas de solo". 

Segundo Pillon, nas regiões mais baixas, onde a água se movimenta com menor intensidade, pode haver o acúmulo de nutrientes que foram removidos das áreas mais altas, contribuindo para aumentar a fertilidade desses campos. Mas ele alerta que também há risco de contaminação. 

"Eventualmente também há risco de acúmulo de elemento contaminante, até porque essa água passou por vários locais, indústrias, removeu dejetos animais, humanos, eventualmente outros tipos de resíduos que possam causar algum tipo de preocupação."

RS: suspensão de dívida com a União será fundamental para que estado se reconstrua

Benefício de R$ 5,1 mil vai ajudar famílias gaúchas desalojadas e desabrigadas

Impacto nas principais produções agrícolas

O pesquisador lembra que o estado está entre os mais importantes do país na produção agropecuária, o que trará impactos negativos a nível nacional. 

"O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de alimentos do Brasil. 14% da produção nacional está no RS. É o maior produtor de arroz e de trigo, o segundo maior produtor de soja, o terceiro maior produtor de suínos, o quarto maior de frango e de leite."

O relatório mais recente da safra 2023/2024 do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) aponta que, dos cerca de 900 mil hectares de arroz irrigado, 758 mil hectares haviam sido colhidos. 

Dos 142 mil hectares restantes, quase 23 mil hectares estavam totalmente perdidos. Outros 18 mil estavam parcialmente submersos pelas águas, restando ainda 101 mil não atingidos pelas enchentes. 

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), antes da tragédia, cerca de 17% do arroz ainda não estava colhido no estado. A entidade estima perda de 230 mil das 7,1 milhões de toneladas, em decorrência das fortes chuvas. "Metade do nosso arroz é produzido na bacia do Uruguai, que não sofreu tanto com a questão da cheia", pondera Meirelles. 

Além de ser o principal produtor de arroz, o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de soja do país. Segundo a Conab, cerca de 35% da safra da oleaginosa ainda estava por colher. As perdas devem chegar a 700 mil toneladas do grão. 

Copiar textoCopiar o texto
12/04/2024 16:58h

Menores custos logísticos, intermodalidade de transportes e investimentos levaram portos do Norte e Nordeste a quase quintuplicar participação nas exportações brasileiras dos principais grãos

Baixar áudio

Os portos do chamado Arco Norte foram responsáveis por exportar 33,5% da soja e do milho — os dois principais produtos agrícolas brasileiros – no primeiro trimestre de 2024. O resultado reforça movimento observado nos últimos anos, em que os terminais portuários localizados acima do Paralelo 16, nas regiões Norte e Nordeste, cresceram em importância para o escoamento da produção agropecuária do Brasil. 

O fenômeno começou no início da última década. Em 2010, a participação dos portos do Arco Norte nas exportações de soja e milho era de cerca de 8%, número que foi quase cinco vezes maior no ano passado — apontam dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Ao Brasil 61 especialistas disseram que vários fatores explicam o maior escoamento dos grãos em direção aos portos de Barcarena (PA), Itaqui (MA), Santarém (PA), Itacoatiara (AM), Santana (AP) e Salvador (BA). 

Larry Carvalho, advogado especialista em logística e agronegócio, diz que a redução dos custos de frete e de transporte é um dos fatores principais. "Especula-se um custo logístico  30% inferior do que nos corredores do Sul-Sudeste", compara. 

Superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth diz que há maior proximidade desses portos com os produtores do centro e norte de Mato Grosso e do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) — região de forte expansão agrícola — em comparação aos terminais do Sudeste e Sul do país. 

"O que for daquela região da BR-163 e da BR-164, que vão pegar Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis, Campos de Júlio, Sapezal, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, o foco é a exportação pelo Arco Norte", exemplifica. O mesmo ocorre com a produção do Matopiba, que escoa preferencialmente por Salvador ou Itaqui, completa. 

Distância mais curta é igual a economia, afirma Guth. "O transporte de Sorriso para Miritituba (PA) é, em média, R$ 100 mais barato por tonelada movimentada do que de Sorriso para Santos. Imagina o que é isso no decorrer do ano, em termos de volume de exportação? Tem momentos do ano em que a diferença é até um pouco maior", pontua. 

Ministério dos Transportes anuncia que vai investir R$ 4,7 bi em rodovias e ferrovias que vão escoar safra 23/24

Intermodalidade

Pesa a favor do Arco Norte a chamada intermodalidade no transporte. Ou seja, o escoamento até os portos ocorre por mais de um modal, seja por rodovias e depois hidrovias, seja por rodovias-ferrovias-hidrovias. 

"Os corredores do Norte fizeram integração de modais muito bem feitas. Você faz uma parte de transporte rodoviário, faz outra parte de águas interiores, e depois já faz a carga no porto, ou para o Maranhão também você tem um ferroviário aliado ao rodoviário. E esse mix de vários modais é o que permite uma redução do custo logístico. É o grande atrativo da região", assegura Larry. 

Investimentos

Thomé Guth destaca que a publicação da Lei dos Portos em 2013 foi determinante para o aumento dos investimentos privados na melhoria da infraestrutura portuária, o que se estendeu para os terminais do Norte e Nordeste do Brasil. 

Ele conta que o crescimento da produção agropecuária do país e da demanda externa pelos produtos brasileiros elevou a pressão por investimentos que melhorassem as rotas de escoamento até os portos do Arco Norte. "Tinha estrada de terra na BR-163 na região do Pará. Hoje o fluxo de caminhão está tranquilo por lá. Para o porto de Itaqui, por exemplo, tem a ferrovia Norte-Sul que já pega um bom pedaço", ilustra.

Larry Carvalho cita que as perspectivas quanto à melhoria da infraestrutura de transporte são positivas. "Tem a Ferrogrão, que está com julgamento pendente no STF [Supremo Tribunal Federal]; estamos vendo um movimento do Ministério dos Transportes na parte de arrendamento ou parceria público-privada para as hidrovias, como no Rio Madeira." 

Competitividade

Em um país de dimensões continentais como o Brasil, ter mais de uma rota por onde escoar a produção é vantajoso para produtores, transportadores e demais atores envolvidos, diz Guth. 

"O que é de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais ainda vai pela região Sul, Sudeste do país, que é o caminho viável, o que é muito vantajoso, porque ao mesmo tempo em que você diversifica essa exportação, você consegue diminuir o estrangulamento do sistema logístico no país em relação aos portos do Sul e Sudeste". 

Até por isso, as filas de caminhões parados nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) — os dois principais do eixo Sul-Sudeste em movimentação — pertencem ao passado, lembraram os especialistas. 
 

Copiar textoCopiar o texto
02/04/2024 00:02h

Fenômenos como El Nino impactaram na produção do agronegócio em 2023. O trigo perdeu 40% da produção por conta do aumento no volume de chuvas no Sul

Baixar áudio

O sucesso de uma safra depende diretamente dos fatores climáticos. Isso vale para pequenos, médios ou grandes produtores rurais, em qualquer parte do mundo. Em 2023, o clima teve um impacto importante na agricultura brasileira. Produtores de soja e milho — sobretudo os do Centro-Oeste brasileiro — perderam parte de suas safras por conta do excesso de chuva.

Já os estados do Sul, que produzem grande parte do trigo brasileiro, foram os que mais sofreram na última safra, cerca de 40% do que seria produzido, acabou indo por água abaixo. O presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, explica que o impacto do que aconteceu no ano passado está sendo sentido este ano. “Com a necessidade de compras no exterior maiores do que normalmente a gente faz”, avalia o executivo.

O Brasil se tornou autossuficiente na produção do cereal nos últimos anos, mas a chuva em excesso, obrigou o país a importar para evitar o desabastecimento. Apesar das perdas, Rubens Barbosa explica que a cultura do trigo vem mudando e se expandindo no país, o que tem sido muito positivo. “O trigo está passando por essa mudança de direção, não está concentrado apenas no Sul, mas também em São Paulo, Mato Grosso, Bahia e até no sul do Ceará e do Piauí.”

“A chuva teve um efeito dos estados que são tradicionais produtores — Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul — mas não nos outros. Então compensou uma coisa por outra.” avalia Barbosa.

Brasil apresenta queda de 2,9% no PIB do agronegócio

IBGE prevê safra de 300 milhões de toneladas para 2024

Previsão para 2024 

Mesmo com as intempéries do tempo, a previsão é de crescimento. Segundo dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de fevereiro, o crescimento na produção do trigo deve chegar a 24,2% com relação a 2023, e a produção deve alcançar 9,6 milhões de toneladas este ano. 

Menos otimistas estão os produtores de soja e milho — que devem ter queda na produção em 2024, segundo a mesma pesquisa do IBGE. Em fevereiro, a redução estimada da produção de soja para o ano é de 1,8% e a do milho de 10,8%. O IBGE estima ainda que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2024 seja de 300,7 milhões de toneladas — 4,7% a menos do que em 2023, quando o país produziu 315,4 milhões de toneladas dos produtos. 

Influência do clima 

O aumento no volume de chuvas em 2023 foi consequência do fenômeno El Nino, que aumentou em cerca de 0,5º C a temperatura da água do oceano Pacifico. O auge foi em novembro passado, quando as temperaturas aumentaram além do previsto e as chuvas caíram em maior quantidade. 

Maytê Coutinho, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que o El Nino já começa a perder força para dar lugar a um outro fenômeno igualmente potente, mas com efeitos opostos. 

“Hoje estamos com o fenômeno El Niño moderado, mas com os próximos meses com a tendência de ficar fraco e a possibilidade de formação da La Nina neste segundo semestre. Há uma probabilidade de 62% de chances, mas ainda está distante. e temos que acompanhar como serão os próximos meses para ver como vai ficar, de fato, a atualização dos nossos modelos.” 

Maytê explica que a La Nina esfria a temperatura do oceano Pacifico, também em 0,5º C e causa aumento de chuvas nas regiões Norte e Nordeste, e seca na região Sul. 
 

Copiar textoCopiar o texto
15/03/2024 00:03h

Em fevereiro, IBGE prevê crescimento de 24,2% na produção do cereal, que recebe investimentos em tecnologia e pesquisa

Baixar áudio

Pães, macarrão, bolo. O trigo é a matéria-prima básica e fundamental para a produção de alimentos que compõem a mesa dos brasileiros todos os dias. O consumo das famílias se reflete na produção do campo. O Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) prevê o crescimento de 24,2% na produção do cereal com relação a 2023. A pesquisa de fevereiro indica que a produção deve alcançar 9,6 milhões de toneladas.

Campeões de produção nacional, os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, juntos, representam mais de 80% de todo o trigo produzido no Brasil. Neste contexto, destaque para a cidade gaúcha de Cruz Alta, que é a segunda maior produtora do país — em 2023, segundo o IBGE, produziu 128,7 mil toneladas. 

Em 2023, houve quebra de safra do cereal nos principais estados produtores, que segundo o presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, chegou a 40%. Mas para este ano, a expectativa é melhor. Barbosa ressalta que o cenário internacional favoreceu a produção nacional do trigo. 

"O preço no exterior passou a ser remunerativo, sobretudo depois da guerra da Ucrânia. Aqui aumentou a área plantada — no lugar do milho em alguns lugares — e o mercado vê o trigo como um grão com grandes possibilidades de expansão".

Com investimento em pesquisa e tecnologia, o apoio da Embrapa tem sido fundamental, segundo o presidente da Abitrigo. "A empresa projeta uma expansão grande do trigo em território nacional até o final da década", destaca Barbosa.

IBGE prevê safra de 300 milhões de toneladas para 2024

Expansão em produção e em área colhida 

A área a ser colhida entre cereais, leguminosas e oleaginosas é de 78 milhões de hectares. O que representa um crescimento de 0,2% em relação ao ano passado — o que representa um aumento de 160,5 mil hectares. Com relação a janeiro, o acréscimo foi de 0,5% — 383,1 mil hectares.

O economista César Bergo atribui esse aumento à expansão da fronteira agrícola, que tende a crescer ainda mais ao longo dos próximos anos. Com relação à produção do trigo, o crescimento pode ser atribuído a melhora da qualidade das sementes, aumento das pesquisas no setor e da tecnologia empregada.  

"Não tenha dúvidas de que o crédito agrícola também contribui para que aumento dessa demanda interna seja atendido pela produção, não só do trigo — que tem uma cadeia muito longa de derivados e impacto direto na economia. O que faz dele um produto muito importante e que acaba contribuindo para a produção do grão nacional".

Aveia e Cevada em destaque

A pesquisa de fevereiro do IBGE mostra ainda que a produção da aveia deve chegar a 1,2 milhão de toneladas, o que representa queda de 6,2% em relação a janeiro – mas crescimento expressivo de 29,5% em relação a 2023. Depois de ter as lavouras prejudicadas pelo clima ruim em 2023, a cultura mostra recuperação. No Rio Grande do Sul, o IBGE prevê crescimento de 45,2% na produção com relação ao que foi colhido no ano passado.

Já a cevada em grão tem a produção estimada em 411,9 mil toneladas. Também com aumento de 8,6% em relação à produção do ano passado. Os maiores produtores de cevada são o Paraná — com 278,0 mil toneladas — e o Rio Grande do Sul, com 110,5 mil toneladas. Estados que devem ser responsáveis por 94,3% da produção brasileira de cevada em 2024. 

Copiar textoCopiar o texto
13/03/2024 00:01h

Apesar de alto, o número é 4,7% menor que de 2023, quando o Brasil produziu 315,4 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas


Os protagonistas da produção agrícola brasileira — soja e milho — devem ter queda na produção este ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, a redução estimada da produção de soja para o ano é de 1,8% e a do milho de 10,8%. O IBGE estima ainda que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2024 seja de 300,7 milhões de toneladas — 4,7% a menos do que em 2023, quando o país produziu 315,4 milhões de toneladas dos produtos.

O maior vilão dessa redução foi o clima, como explica o economista César Bergo. “ Vários fatores podem influenciar a safra de grãos, mas a principal, sem dúvida, foram as questões climáticas adversas, como secas em hora errada, inundações.”

O resultado apresentado pelo IBGE vem alinhado com a última pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, que também apresentou redução da safra de grãos com relação a 2023, com queda de 7,6%. 

Quem vive o dia a dia da lavoura

Para Leonardo Boaretto, que é produtor de soja, milho e feijão em Niquelândia, Goiás, é importante que as previsões sejam o mais próximas possíveis da realidade, pois são essas estimativas de safra que interferem no preço dos alimentos. 

O produtor explica que nas previsões de dezembro e janeiro já havia uma quebra concretizada da safra nacional, por conta da irregularidade climática.

“A falta de chuva e a temperaturas muito altas já tinham causado danos irreversíveis nas lavouras. E quando eles jogaram essas estimativas lá em cima, o mercado despencou. O mercado está voltando um pouco agora, mas ainda muito abaixo do que era de se esperar,” lamenta Boaretto.

Para Leonardo, já havia a expectativa de quebra de safra, mas não foi anunciada pela Conab. O que fez com que os preços das commodities despencassem, prejudicando o produtor brasileiro. 

“Quem precisava vender para fazer caixa foi prejudicado, pois teve que vender no pior momento, com os preços pressionados para baixo. E quem está com a produção na mão também vai sofrer, pois se os preços reagirem, vão reagir pouco.” 


Quebra de safra e queda da produtividade

Quem também reforça a importância das previsões serem próximas da realidade do campo é o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antônio Galvan. A estimativa de fevereiro do IBGE para a soja foi de 149,3 milhões de toneladas, e vem sofrendo quedas sucessivas nos últimos meses, até que se chegasse a esse resultado. 

“O ajuste é normal. Nós temos ainda mais de 40% da soja brasileira no campo, para ser colhida, e temos ainda as regiões com bastante problemas. Menos problemas climáticos nesse momento, mas com problemas de doenças.” 

Com destaque para os estados da região Sul — que ainda têm muita soja para colher e estão sofrendo muito com as doenças. Galvan cita a Ferrugem Asiática, que pode encolher as expectativas de colheita e reduzir a produção do grão nesta safra. 

Ferrugem asiática

A ferrugem asiática é um fungo que atinge as lavouras de soja desde 2001, principalmente no Sul do país. Os produtores se preocupam com a doença pelo seu alto poder destrutivo — já que, quando não controlada, pode provocar perdas de até 90% do rendimento de grãos, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). 

A ferrugem asiática da soja causa lesões nas folhas que costumam ficar amarelas e causar sua queda, resultando em redução do ciclo. 
 

Copiar textoCopiar o texto