Dengue

21/09/2024 09:00h

Ministério da Saúde lançou plano de ação para combater avanço das arboviroses no próximo período sazonal

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O Brasil já registrou 6.519.131 casos prováveis de dengue em 2024, segundo o Informe Semanal de Arboviroses Urbanas mais recente do Ministério da Saúde. Com isso, o coeficiente de incidência da doença é de 3.210,4 casos a cada 100 mil habitantes. Os dados são referentes à Semana Epidemiológica 36, compilados de janeiro a 9 de setembro de 2024.

Os casos mais graves e com sinais de alarme para a dengue estão concentrados na Região Sudeste, com 3.993 casos graves e 43.461 sinais de alarme. Na sequência está a Região Centro-Oeste, com 1.170 casos graves; Sul, com 1.431; Nordeste, com 671; e Norte, com 78.

O levantamento do Ministério da Saúde também indica um total de 5.303 óbitos pela dengue em 2024. Os estados de São Paulo (1.662), Minas Gerais (976), Paraná (657), Distrito Federal (440), Goiás (384) e Santa Catarina (336) concentraram 84,85% das mortes por dengue confirmadas no país.

Em relação às demais arboviroses, em 2024, foram notificados 255.334 casos prováveis e 170 óbitos confirmados por chikungunya; 6.568 casos prováveis e nenhuma morte por Zika; 7.992 casos confirmados e dois óbitos por oropouche.

Plano de combate às arboviroses

Para tentar combater os casos e óbitos por dengue, chikungunya, Zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil, o governo federal lançou um plano de ações que serão coordenadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios, instituições públicas e privadas, além de organizações sociais. 

O documento foi elaborado por pesquisadores, gestores e técnicos estaduais e municipais, além de profissionais de saúde que atuam diretamente com as comunidades e conhecem os desafios regionais para o combate das arboviroses. Dessa forma, o plano de combate às doenças tem como base as evidências científicas mais atualizadas, além do apoio de novas tecnologias. O investimento anunciado pelo Ministério da Saúde é de R$ 1,5 bilhão para aplicar em seis eixos de atuação:

  • Prevenção;
  • Vigilância;
  • Controle vetorial;
  • Organização da rede assistencial e manejo clínico;
  • Preparação e resposta às emergências;
  • Comunicação e participação comunitária. 

A estratégia é intensificar as ações preventivas no período intersazonal, ou seja, no intervalo entre os picos de casos, com retirada de possíveis criadouros do mosquito transmissor das doenças, o Aedes aegypti.

Saiba mais em www.gov.br/saude.

Dengue: plano de ação é antecipado

Chikungunya: Brasil registra 254 mil casos prováveis e 162 mortes em 2024

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05/09/2024 00:08h

De janeiro até agora foram contabilizados 5.267 óbitos pela doença e outros 1.988 estão em investigação, segundo o Ministério da Saúde

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O Brasil já registrou 6.509.794 casos prováveis de dengue em 2024. O dado é da mais recente atualização do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. De janeiro até agora, foram contabilizadas 5.267 mortes pela doença e outras 1.988 estão em investigação. No momento, o coeficiente de incidência de dengue no país é de 3.205,8 casos para cada 100 mil habitantes.

Segundo o monitoramento da pasta, 55% dos casos foram identificados entre as mulheres. A faixa etária mais acometida pela dengue é entre 20 e 29 anos, seguida por 30 a 39 anos e 40 a 49 anos. Bebês com menos de 1 ano, idosos com 80 anos ou mais e crianças de 1 a 4 anos são os menos atingidos pela doença.

Entre os estados, São Paulo lidera com o maior número de casos graves e sinais de alarme, com 24.934 casos de janeiro até agora. Na sequência estão Minas Gerais, com 15.128; Paraná, com 13.546, e Distrito Federal, com 10.249. Roraima (3), Acre (11) e Rondônia (33) são os estados com menos casos graves ou sinais de alarme.
O infectologista Antônio Carlos Bandeira reforça as medidas preventivas contra a dengue.

“As principais medidas de prevenção podem ser divididas em duas partes, a primeira individual e a segunda coletiva. Na parte individual, é fundamental usar repelentes, tais como aqueles à base de icaridina ou DEET, principalmente as gestantes precisam usar repelentes do primeiro ao último dia da gestação para que não tenham possibilidade de se contaminarem com o vírus da zika, que é altamente teratogênico. A outra situação para prevenção é você utilizar roupas mais compridas, telas, em regiões onde você pode dormir com telas, e ar-condicionado.” 

Na parte coletiva, é fundamental eliminar os focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti — transmissor da dengue e outras doenças como zika, chikungunya e febre amarela — não deixando água parada.

Dengue: plano de ação é antecipado

Chikungunya: Brasil registra 254 mil casos prováveis e 162 mortes em 2024

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04/09/2024 03:00h

Ministério da Saúde anuncia novo plano para combater o mosquito antes do período usual. Controle do vetor e tecnologia são armas usadas

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Dizem que prevenir ainda é melhor que remediar. No caso da dengue, a prevenção é a única saída e, este ano, os cuidados começaram mais cedo. Um novo plano de combate à doença está previsto para ser lançado este mês pelo Ministério da Saúde e vai envolver controle dos vetores e uso de inovações tecnológicas. 

A ação veio depois que autoridades do Ministério da Saúde  anunciaram, em maio, que em função das mudanças climáticas, a próxima epidemia de dengue poderia vir ainda mais cedo — o que poderia acontecer já em novembro deste ano. Pensando nisso, a pasta se antecipou. A estratégia prevê o controle do mosquito e o uso de mosquitos modificados geneticamente para bloquear a transmissão da doença, conhecido como método Wolbachia.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que o Plano de Resposta às Arboviroses tem o objetivo de implementar novas tecnologias de controle vetorial nos municípios brasileiros, de maneira escalonada, considerando o perfil epidemiológico e a população sob risco, preparar a rede de atenção à saúde para atender os casos durante epidemias e garantir o abastecimento de insumos para diagnóstico, assistência e controle vetorial.

Para o sanitarista e professor da Universidade de Brasília, Jonas Brant, esse é o momento correto de agir. “Por que os ovos do mosquito permanecem no ambiente quando seca, ele fica esperando a chegada das chuvas. Quanto antes começarem as atividades no período seco, eu garanto que quando começar a chover eu tenha menos recipientes naquele ambiente, assim, é possível atrasar o crescimento da população de mosquitos e também o aumento do número de casos.” 

Método Wolbachia

Uma das estratégias previstas pelo Ministério é o chamado Método Wolbachia — que consiste em introduzir a bactéria Wolbachia nos mosquitos. O microorganismo bloqueia a transmissão do vírus para o ser humano e altera o ciclo reprodutivo do Aedes Aegypti.

Como a dengue precisa de um intermediário — o mosquito — para se propagar, a identificação dos locais onde ainda há transmissão do vírus nesta época do ano é fundamental para o controle da doença, explica o sanitarista. 

“Nessas regiões, é preciso gastar um esforço muito maior nesta época do ano para evitar o início de uma epidemia” , reforça Brant. A antecipação das ações permite que, com a chegada das chuvas, já esteja montada uma organização efetiva para conter o início da transmissão e o controle do número de casos. 

Vacina

Em entrevista do Estadão, a ministra da Saúde Nísia Trindade disse que a vacinação não é o principal ponto deste novo plano..

“A vacina é uma estratégia que vamos continuar a utilizar, mas não é a principal estratégia para 2025. Pode ser que venha a ser em 2026, a depender do desenvolvimento da vacina do Butantan. E podendo aumentar (a aquisição de doses) da Takeda, certamente aumentaremos.”

O imunizante contra a dengue começou a ser aplicado num público restrito este ano — jovens de 6 a 16 anos. Mas em função da baixa disponibilidade das doses oferecida pelo fabricante, o alcance não pôde ser maior. Este ano o governo federal comprou 6,5 milhões de doses e outros 9 milhões devem ser usados em 2025.  

A produção nacional pelo Instituto Butantan é vista com otimismo, mas o processo ainda deve demorar, avalia a ministra. “Eu diria que nossa aposta maior, mas falo isso com cuidado, porque ainda nem foi submetida à Anvisa, é a vacina do Butantan, que de fato mostrou excelente resultado em estudos clínicos. Vamos trabalhar com o Butantan esse cronograma.”

Cuidados precisam continuar

Em 2024, o Brasil viveu a pior epidemia de dengue da história. Foram 6,5 milhões de casos prováveis da doença, segundo o Ministério da Saúde e mais de 5,2 mil mortes — a maior parte delas entre fevereiro e abril — no período de aumento das chuvas.

Na 35ª semana epidemiológica, o número caiu para 3.938 casos prováveis da doença. Mas nem por isso dá para descuidar. Mesmo com o número de casos em baixa, a nutricionista Nathalia Mariath, moradora do Distrito Federal, conta que está sempre atenta para evitar infecções.

“Vem um rapaz de mês em mês aqui em casa fazer uma vistoria para ver se tem vasinho com água, verifica se a piscina está limpa e coberta. Além da fiscalização, essa equipe ainda dá orientações” explica a moradora do bairro Taquari, na zona norte do DF. 

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01/09/2024 03:00h

Minas Gerais concentra a maior parte dos casos prováveis de chikungunya, seguido por Bahia, Espírito Santo e São Paulo

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O Brasil já registrou 254.170 casos prováveis de chikungunya em 2024. O dado é do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Até a última atualização, em 28 de agosto, foram registrados 162 óbitos pela doença e 153 ainda estão em investigação. O coeficiente de incidência da chikungunya é de 125,2 casos para cada 100 mil habitantes.

A maioria das notificações foi registrada entre as mulheres (60%). Em relação à faixa etária, os grupos entre 20 e 29 anos, 40 a 49 anos, 30 a 39 anos e 50 a 59 anos foram os mais afetados pela doença. 

Entre os estados, Minas Gerais concentra a maior parte dos casos prováveis de chikungunya (159.844), seguido por Bahia (15.508), Espírito Santo (13.058) e São Paulo (10.667). Já entre as unidades federativas com menos registros da doença estão Roraima (36), Amazonas (102), Rondônia (224), Acre (264) e Amapá (322).

A chikungunya é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aedypti, mesmo transmissor da dengue, zika e febre amarela. Por isso, a principal forma de se proteger da doença é combater o mosquito, não deixando água parada.

Risco de morte após a febre chikungunya continua por até 84 dias, diz Fiocruz

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06/08/2024 03:00h

Brasil está prestes a alcançar a marca de 5 mil mortes por dengue em 2024, com 4.961 óbitos confirmados até o momento, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses. Além disso, há 2.161 mortes ainda em investigação

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O Brasil está prestes a alcançar a marca de 5 mil mortes por dengue em 2024, com 4.961 óbitos confirmados até o momento, segundo dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses. Além disso, há 2.161 mortes ainda em investigação. O número total de casos prováveis de dengue no país ao longo do ano é alarmante, somando 6.437.241, o que resulta em uma taxa de letalidade de 0,08. O coeficiente de incidência atual é de 3.170,1 casos para cada 100 mil habitantes.

São Paulo lidera em números absolutos de casos de dengue, com 2.062.418 registros em 2024, seguido por Minas Gerais com 1.696.518 casos, Paraná com 643.700 e Santa Catarina com 363.117. No entanto, ao considerar o coeficiente de incidência, o Distrito Federal apresenta a maior taxa, com 9.739,1 casos por 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (8.260,1), Paraná (5.625,2) e Santa Catarina (4.771,8). Esses dados ressaltam a necessidade de estratégias direcionadas para as regiões mais afetadas e reforçam a importância das medidas de prevenção e controle em todo o país.

O infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia Antônio Carlos analisa o cenário atual de casos no Brasil:

“O cenário atual é explicado pelo avanço do vetor, que é o  Aedes aegypti, que passou a infestar grandes áreas da região sudeste e da região sul do Brasil, inclusive indo para o Paraguai e parte da Argentina. Então, o Aedes aegypti, que não estava muito presente nas regiões mais frias do Brasil, passou realmente a ir para essas regiões. Possivelmente, uma das explicações é o aumento da temperatura, o aquecimento dessas áreas, que acabou facilitando a adaptação do Aedes aegypti nessas regiões.”

A maior parte dos casos no país foi registrada entre adultos de 20 a 29 anos, seguidos pelas faixas etárias de 30 a 39, 40 a 49 e 50 a 59 anos. Por outro lado, os grupos menos afetados incluem crianças com menos de 1 ano, idosos com 80 anos ou mais e crianças de 1 a 4 anos.

Júlia Mesquita, de 19 anos, moradora de Vicente Pires no Distrito Federal foi uma das pessoas afetadas pela doença neste ano e descreve a experiência:

 "O que foi mais difícil enquanto eu estava doente, eu acho que foi o fato de ficar muito dependente. Eu não conseguia fazer absolutamente nada sozinha, só conseguia ficar deitada na cama. Não conseguia comer, porque fica um gosto muito ruim na boca. Foi uma das piores partes pra mim. Então, beber água, comer, fica tudo muito difícil. E é o que você mais precisa fazer, né, pra poder melhorar da dengue. Então, eu acho que o mais difícil foi essa parte da alimentação, a fraqueza e o fato de ficar dependente de todo mundo.” afirma.

 Antônio Carlos Bandeira, infectologista, explica os meios de prevenção.

“As principais medidas de prevenção podem ser divididas em duas partes, a primeira individual e a segunda coletiva. Na parte individual, é fundamental usar repelentes, tais como aqueles à base de icaridina ou DEET, principalmente as gestantes precisam usar repelentes do primeiro ao último dia da gestação para que não tenham possibilidade de se contaminarem com o vírus da zika, que é altamente teratogênico. A outra situação para prevenção é você utilizar a parte de roupas mais compridas, telas, em regiões onde você pode dormir com telas, e ar-condicionado.” 

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08/07/2024 00:02h

Status foi declarado pelas autoridades de saúde no início do ano depois de explosão de casos no estado, que ainda segue como aquele com maior número de doentes confirmados em todo o país

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O governo de Minas Gerais decretou o fim da situação de emergência em saúde pública no estado provocada pela dengue. O status havia sido declarado pelas autoridades públicas estaduais no início do ano, diante da explosão de casos da doença. O objetivo era facilitar o acesso a recursos federais e agilizar ações de combate à arbovirose. 

Desde janeiro, o estado acumula mais de 1,6 milhão de casos de dengue, o maior número absoluto entre todas as unidades federativas. Foram confirmadas 753 mortes pela arbovirose até o momento. Outros 735 óbitos estão sob investigação. 

Minas Gerais também possui o segundo maior coeficiente de incidência da dengue do país: cerca de 8.059 casos para cada 100 mil habitantes, ficando atrás apenas no Distrito Federal, onde a taxa é de 9.628 por 100 mil habitantes. 

De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, as mulheres respondem por 55,8% dos casos confirmados. Jovens entre 20 e 29 anos constituem a faixa etária com mais ocorrências registradas. 

Dengue pode deixar sequelas; veja quais

Posso tomar a vacina contra a dengue?

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16/06/2024 03:00h

Em casos graves a dengue pode afetar coração, rins, fígado e cérebro, dizem especialistas. O Brasil lidera o ranking mundial de casos da doença, com 82% em todo o mundo.

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É comum que pacientes infectados por dengue sintam dores no corpo, febre alta e tenham manchas na pele. Esses sintomas duram em torno de 5 a 7 dias. Porém, mesmo após a cura, alguns sintomas podem persistir, como a fadiga extrema, dores musculares e articulares, além de manchas na pele.

Estou com dengue, o que fazer?

O infectologista Julival Ribeiro aponta que as pessoas diagnosticadas com dengue grave, chamada de dengue hemorrágica, podem continuar com sintomas e ter sequelas, como insuficiência cardíaca e miocardite – uma inflamação do tecido muscular do coração. Julival menciona, ainda, que podem haver sequelas cerebrais.

“A depender do quadro clínico da dengue, se foi grave, podem surgir manifestações neurológicas, por exemplo, perda de memória, se a pessoa teve uma inflamação no cérebro, e irritabilidade. Tudo isso pode acontecer a longo prazo com a dengue”, destaca o infectologista.

Caso o paciente apresente sintomas semanas após a cura, deve procurar assistência médica. “Nas pessoas que tiveram dengue grave, é que essas alterações podem durar por longo tempo, ou mesmo tornar-se um problema crônico. Portanto, quem teve dengue, apresenta sintomas depois de várias semanas ou meses, deve procurar um serviço de saúde para esclarecer”, indica Julival.

Dengue hemorrágica

As alterações de saúde afetam, em especial, pacientes que tiveram dengue hemorrágica. O especialista em doenças tropicais do hospital Anchieta e infectologista, Manuel Palácios, explica como a dengue clássica evolui para a hemorrágica.

“A dengue pode evoluir para dengue hemorrágica, ou dengue grave, quando há um aumento da permeabilidade vascular, levando a vazamento de plasma, sangramentos graves e falência de órgãos. A fase crítica, onde o paciente está mais vulnerável, pode durar de 24 a 48 horas”, pontua.

Segundo Manuel Palácios, os sintomas da progressão da doença costumam aparecer entre o 3º e o 7º dia e coincidem com a queda da febre. Os sintomas são:

  • Sangramentos espontâneos: nas gengivas, nariz e trato gastrointestinal
  • Dor abdominal intensa e contínua
  • Vômitos persistentes
  • Letargia ou irritabilidade

A médica intensivista do Hospital Santa Marta, localizado em Taguatinga Sul no Distrito Federal, Adele Vasconcelos, explica que a dengue causa desidratação interna por perda de líquido, o que faz com que o sangue engrosse e as plaquetas caiam – fatores que aumentam o risco de hemorragia. “A evolução da dengue para a hemorrágica depende de organismo para organismo. A gente só considera uma dengue como hemorrágica se o paciente tiver algum tipo de sangramento, seja ocular, no nariz, na boca, na urina, nas fezes, às vezes até na cabeça, um AVC”, salienta a médica.

Em relação às sequelas da dengue grave, órgãos como coração, rins, fígado e cérebro podem ser afetados. A professora do Gama, no Distrito Federal, Gláucia Ferreira Matos, 45 anos, teve a doença em março deste ano. Ela relata que, além da dengue ter afetado a imunidade dela, tem investigado problemas nos rins e fígado.

“A dengue atingiu gravemente o meu fígado, consequentemente o meu rim também e, agora, eu venho fazendo acompanhamento, exames de sangue, hemograma, alguns exames mais específicos para acompanhar, porque eu venho sentindo sintomas que eu nunca tive na vida antes de ter dengue”, conta a professora.

Têm maior risco de desenvolver dengue hemorrágica crianças, idosos, gestantes, portadores de doenças imunossupressoras (HIV/Aids, doenças autoimunes, neoplasias), além de pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão e indivíduos previamente infectados com um sorotipo diferente do vírus da dengue.

Quadro diagnóstico 

  • Dengue clássica: febre alta, dor de cabeça, dor por trás dos olhos, dores musculares e articulares, exantema (manchas na pele) e, às vezes, sangramento leve das gengivas ou nariz. Dura geralmente de 5 a 7 dias;
  • Depois podem persistir: fadiga extrema, que pode durar várias semanas; dores musculares e articulares, por algumas semanas ou meses; exantema pode aparecer novamente alguns dias após a febre ter cessado e durar de 1 a 5 dias;
  • Progressão para dengue hemorrágica: sangramentos espontâneos nas gengivas, nariz , dor abdominal, vômitos persistentes. Costumam aparecer entre o 3º e o 7º dia, coincidindo com a queda da febre;
  • Sinais de dengue grave: choque, caracterizado por pulso fraco e rápido, pressão arterial baixa, extremidades frias e úmidas; sangramento grave (vômitos com sangue, fezes escuras, sangramento vaginal excessivo, entre outros); comprometimento de fígado, cérebro, coração. Podem surgir de 3 a 7 dias após o início dos sintomas (nos casos graves);

Repercussão da dengue no país

O Ministério da Saúde pontua que, em 2024, o avanço histórico da doença no país fez 10 estados e o Distrito Federal decretarem situação de emergência. 

Veja alguns dados sobre atendimentos por dengue na rede pública do país:

  • Goiás: 3.835 internações de janeiro a 4 de junho de 2024;
  • Mato Grosso: 1.991 hospitalizações este ano (enviados até dia 4 de junho);
  • Bahia: foram 9.958 hospitalizados em 2024 (enviados até dia 5 de junho);
  • Distrito Federal: 72.615 pacientes foram atendidos por dengue este ano (dados até 14 de junho).

Em um levantamento realizado pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), de 3 a 13 de maio de 2024, 96% dos hospitais paulistas registraram aumento de internações de pacientes por dengue e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Segundo o informe da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o número de diagnósticos e mortes por dengue em 2024, com 82% dos casos registrados no mundo, sendo 6,3 milhões de casos prováveis e 3 milhões confirmados em laboratório.

Prevenção e combate à dengue 

Com uma vistoria de 10 minutos semanais em casa, os moradores podem acabar com os possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, segundo o Ministério da Saúde. Confira alguns cuidados:

  • Colocar areia nos vasos de plantas;
  • Verificar garrafas, pneus, calhas, caixas d'água;
  • Checar o recipiente atrás da geladeira e climatizador;
  • Olhar plantas e pratos que acumulem água;
  • Amarrar bem sacos de lixo;
  • Limpar bem as calhas de casa.

Para mais informações sobre a dengue e formas de prevenção, acesse: www.gov.br/mosquito.  
 

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27/05/2024 19:24h

Com a medida, os municípios estão aptos a solicitar recursos do Governo Federal para executar ações de defesa civil

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O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu, nesta segunda-feira (27), a situação de emergência em sete cidades do Paraná que registraram aumento no número de casos de dengue.

Estão na lista as cidades de Cândido de Abreu, Jacarezinho, Manoel Ribas, Matelândia, São Pedro do Iguaçu, Tapira e Umuarama.

Confira o link da portaria abaixo:

Portaria nº 1.861

Com a medida, os municípios estão aptos a solicitar recursos do Governo Federal para executar ações de defesa civil, como compra de cestas básicas e de água potável.

Como solicitar recursos

Cidades com o reconhecimento federal de situação de emergência ou de estado de calamidade pública podem solicitar ao MIDR recursos para ações de defesa civil. A solicitação pelos municípios em situação de emergência deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD). Com base nas informações enviadas nos planos de trabalho, a equipe técnica da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a aprovação, é publicada portaria no DOU com o valor a ser liberado.

Capacitações da Defesa Civil Nacional

A Defesa Civil Nacional oferece uma série de cursos a distância para habilitar e qualificar agentes municipais e estaduais para o uso do S2iD. As capacitações têm como foco os agentes de proteção e defesa civil nas três esferas de governo. Confira neste link a lista completa dos cursos.

Fonte: MIDR

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18/05/2024 00:07h

Neste episódio a infectologista, Fernanda Justo Descio Bozola, fala sobre as vacinas da dengue

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Atualmente, existem duas opções de vacina para dengue aprovadas pela Anvisa no Brasil. A Dengvaxia, da Sanofi, e a Qdenga, da empresa chamada Takeda. Ambas são feitas com o vírus da dengue atenuada e previnem a infecção e principalmente a internação e as formas graves da dengue.


Qual vacina tomar?


A primeira informação que se deve saber é se você já pegou dengue alguma vez na vida. A vacina Dengvaxia é indicada apenas para quem já teve dengue e quem consegue comprovar por meio do exame de sangue chamado sorologia. Já a Qdenga pode ser dada em todas as pessoas, mesmo quem nunca teve dengue.


Outro ponto importante é sobre a idade: a Dengvaxia é indicada para pessoas entre 6 e 45 anos. Já a QDenga é indicada para pessoas entre 4 e 60 anos. Essas idades indicam que os estudos foram feitos com pessoas nessa faixa etária.


Contraindicações


As principais contraindicações são: 

  • Alergia grave a algum dos componentes da vacina;
  • Gestantes;
  • Mulheres que estão amamentando;
  • Imunodeficiência;
  • Portadores do vírus do HIV;
  • No caso da vacina denguevaxia, é contraindicada para pessoas que nunca tiveram dengue.


Efeitos colaterais


Os efeitos adversos mais comuns são:

  • Dor no local da injeção;
  • Dor de cabeça;
  • Cansaço;
  • Dor muscular;
  • Febre.


A denguevax possui um esquema de três doses num intervalo de seis meses e a qdenga possui duas doses num intervalo de três meses. A vacinação é eficaz após 10 dias da última dose do esquema.


Outras formas de prevenir a dengue:

 

  • O uso de repelentes;
  • Roupas compridas para proteção individual;
  • Não deixar água parada para evitar a proliferação do mosquito.

Para mais informações, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda no youtube.

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08/05/2024 00:02h

Último boletim do Ministério da Saúde mostra que número de estados em queda já passa de 20

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Das 27 unidades federativas, 22 estão em tendência de queda nos casos de dengue, de acordo com o boletim epidemiológico da semana 18, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (7). Apenas o estado do Mato Grosso segue em alta — e quatro estão em estabilidade (Ceará, Maranhão, Pará e Tocantins). 

Os dados apresentados representam um avanço em relação à semana anterior, que contava com 14 estados com queda nos números. No entanto, de acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, o momento ainda é de alerta.

“Na semana 18 já tivemos uma mudança bastante importante dos estados que estão em queda, mas eu queria chamar a atenção porque nós ainda continuamos, mesmo que tenhamos passado pela fase de maior número de casos, de uma explosão maior, continuamos ainda com muitos casos confirmados. Então ainda é um quadro de preocupação”, ressalta. 

O diretor do departamento de articulação estratégica de vigilância do Ministério, Guilherme Werneck, diz que a maioria dos estados já passaram do pico de casos de dengue. 

No momento, o último relatório deles [da Fiocruz] demonstra que 24 das 27 unidades da federação já teriam passado pelo pico, outras estariam no pico e o Mato Grosso ainda está crescendo. Então, em geral, para a maior parte das unidades, a gente observou que elas passaram do pico. Importante também sempre lembrar que é difícil fazer uma análise do Brasil, porque cada unidade da federação e cada local tem uma dinâmica um pouquinho diferente dessa epidemia”, comenta. 

Balanço 

Ao todo, são 4.500.594 casos prováveis no país e 2.336 mortes confirmadas — outras 2.439 ainda estão em investigação. 

A taxa de letalidade da doença é de 0,05%, mas quando se trata de casos graves, esse número sobe para 4,73%. Segundo a pasta, o maior número de ocorrências de casos graves e mortes continua na faixa etária acima de 60 anos.

Quanto à vacinação, 906.675 doses foram aplicadas no público-alvo, cerca de 34% da quantidade enviada aos estados e Distrito Federal.

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