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CÂNCER DE MAMA: Amazonas registra mais de cinco mil mamografias de janeiro a abril de 2022

O Ministério da Saúde recomenda a mamografia de rastreamento para as mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos.

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Temido por muitas mulheres, o câncer de mama pode ser prevenido e tratado com altas chances de sucesso quando detectado precocemente. O SUS oferece assistência integral, incluindo ações de prevenção, o exame clínico das mamas, a mamografia de rastreamento e exames de investigação diagnóstica, assim como o tratamento e reabilitação.

No Amazonas, já foram realizadas 5,3 mil mamografias nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), de janeiro a abril de2022. Destes exames, mais de 880 apresentaram risco elevado e as mulheres terão de fazer exames complementares.

De acordo com dados do Sistema Nacional de Câncer (SISCAN), nos primeiros quatro  meses de 2022, foram mais de 977 mil l exames realizados em todo o país. Para as mulheres diagnosticadas com câncer de mama, o SUS dispõe de 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento oncológico.

Entre 2020 e 2021, o Ministério da Saúde investiu mais de R$ 196,7 milhões em 4,5 milhões de exames de mamografia para rastreamento e diagnóstico da doença e aplicou mais de R$ 5,7 milhões em 6,5 mil reconstruções mamárias e destinou mais de R$ 10,5 milhões em 25,1 mil cirurgias para o tratamento de câncer de mama.

Segundo o Sistema de Informações de Câncer (SISCAN), em 2020, o SUS realizou cerca de 1,8 milhão de mamografias no país. Em 2021, este número saltou para   mais de 2,6 milhões, um aumento de 44,44%.  

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima a incidência de 66 mil novos casos de câncer de mama para o ano de 2022 no Brasil. Por isso é muito importante que as mulheres mantenham o acompanhamento integral na Atenção Primária à Saúde e realizem o exame de rastreamento na periodicidade adequada, além de adotarem a estratégia de conscientização, estando mais atentas ao conhecimento do seu corpo, como os aspectos normais das mamas e reconhecimento de alterações suspeitas, para que possam procurar um serviço de saúde o mais cedo possível.  Como outros tipos de câncer, a detecção precoce é fundamental para um tratamento de sucesso.

O exame clínico, o rastreamento por meio da mamografia e a identificação dos sinais e sintomas suspeitos são parte das estratégias para detecção precoce do câncer de mama. A cada dois anos, mulheres entre 50 e 69 anos devem realizar o exame de mamografia das mamas, como afirma o mastologista e diretor-presidente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), Gerson Mourão. Mulheres consideradas de alto risco devem ter avaliação e conduta individualizadas.

“O câncer de mama leva de seis a 10 anos para atingir o tamanho de um centímetro, o que equivale a uma bolinha de gude. Mas a partir dali, ele cresce rapidamente. Existem casos onde as pacientes chegam aqui com o câncer avançado, correndo o risco de perder as mamas ou falecer. Por isso é importante as mulheres fazerem os exames clínicos com a mamografia”, orienta o mastologista.

Atenção integral

Principal porta de entrada do SUS, a Atenção Primária à Saúde promove ações de saúde individuais, familiares e coletivas para prevenir e detectar precocemente o câncer de mama.  A mamografia é solicitada durante a consulta com o profissional de saúde na Unidade Básica de Saúde, devendo ser acompanhada do exame clínico das mamas.

“Além de se fazer a solicitação da mamografia de rastreamento como o método de detecção precoce do câncer de mama, também se trabalha a questão de sinais e sintomas do câncer de mama junto às mulheres e formas de prevenção primária, como o estímulo a prática de atividade física, a manutenção de um peso saudável, alimentação adequada e saudável também rica em alimentos in natura, pobre em ultraprocessados”, ressalta a coordenadora-geral de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo, Patricia Izetti.

A professora de educação física aposentada Joana Mazzolo, de 66 anos, detectou de forma precoce um tumor em suas mamas. Moradora de Manaus (AM), ela já tinha o hábito de autoexaminar as mamas, mas só conseguiu diagnosticar o câncer aos 40 anos, após um exame de mamografia. Por ter iniciado o tratamento a tempo, Joana não desenvolveu complicações mais graves.

“Descobri o câncer de mama em 1995, aos 40 anos, e não foi fácil. O mundo veio à tona, eu não fiquei em mim. Eu fui tratada pelo SUS, já recebi minha alta, mas continuo utilizando o SUS, que é um dos melhores e o maior programa de saúde que nós temos no nosso país. Não desistam jamais. Há sempre uma luz no fim do túnel e o diagnóstico precoce tem cura”, alerta Joana.

Os centros oncológicos integram a rede SUS e oferecem assistência especializada e integral, atuando no diagnóstico, estadiamento e tratamento do câncer de mama.  Confira a listagem de hospitais credenciados no site do Inca, encontre a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência ou procure a secretaria de saúde do seu estado para mais informações.

CÂNCER DE MAMA: Sinais e sintomas (Fonte: Inca)

● Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;

● Pele da mama avermelhada, retraída ou com aspecto de casca de laranja;

● Alterações no mamilo (bico do seio);

● Nódulos aumentados nas axilas;

● Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.

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